Jovens também podem ter sintomas graves do coronavírus
Droga usada no combate a malária está sendo testada contra o covid-19
20/03/20 - 17:02
Idosos, pessoas hipertensas e com diabetes e com doença respiratória crônica, cardiovascular e insuficiência renal crônica estão no grupo de risco e são mais vulneráveis a ter o novo coronavírus. Mas os jovens também não estão livres de apresentarem os sintomas mais graves da infecção.
O risco de morte em adulto é raro, mas não impossíveis, mesmo que seja bem menos que a dos idosos, por exemplo. De acordo com o governo italiano, 12% dos pacientes que estão sendo tratados nas Unidades de Terapia Intensiva no país têm entre 19 e 50 anos.
Segundo o professor do Instituto de Microbiologia e Infecção da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, Willem van Schaik, em entrevista a rede BBC News Brasil, é errado pensar que as pessoas com menos de 50 anos vão ter só sintomas leves.
“Haverá indivíduos mais jovens e muito doentes também e eles vão precisar de tratamento”, destacou.
Os dados divulgados recentemente pelo governo da Itália suportam a afirmativa do professor mostrando que nas UTIs italianas, além dos 12% na faixa de 19 a 50 anos, outros 52% têm entre 51 e 70 anos e 36% com mais de 70 anos de idade.
Mas, a taxa e mortalidade entre os pacientes de 19 a 50 não chega a 1%. Até o dia 14 de março foram 14 mortes nessa faixa etária. Além disso, quatro óbitos foram registrados em pacientes entre 30 e 39 anos e 10 mortes entre 40 e 49 anos.
O sistema imunológico dos jovens é mais forte e ajuda no combate ao vírus e na recuperação da doença. Na China, por exemplo, os dados mostram que a mortalidade de infectados para pacientes abaixo de 50 anos foi de 0,4%.
Possível tratamento
O uso de hidroxicloroquina para o combate do novo coronavírus foi alvo de mais de 20 pesquisas ao redor do mundo. A droga é usada para combater a malária e vem sendo capaz de eliminar o covid-19.
De acordo com o Instituto Mediterrâneo de Marselha, na França, usou a droga, chamada de cloroquina, no novo coronavírus e conseguiu eliminar o vírus do organismo de 70% dos pacientes, após seis dias de tratamento.
Os resultados preliminares estão entusiasmando os médicos, mas a substância ainda não é segura e os especialistas dizem que os estudos devem avançar com calma.
A cloroquina trata a malária há mais de 70 anos, mas de um tempo para cá ela só trata um tipo da doença, já que criou resistência a outros tipos. A hidroxocloroquina é usada também para doenças reumatológicas como o lúpus e a atrite reumatóide. Há também o sal de cloroquina ou disfosfato de cloroquina.
Porém, como o estudo ainda não está comprovado, a orientação é não comprar e estocar esses medicamentos, visto que já são específicos para outras doenças.