Caso de febre oropouche é confirmado em Nova Friburgo pela Secretaria Municipal de Saúde
Paciente é um homem de 81 anos e manifestou os sintomas no mês de maio

A Prefeitura de Nova Friburgo, na Região Serrana no Rio, confirmou um registro de febre oropouche na cidade. O caso é de um homem de 81 anos, que manifestou os sintomas em maio, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
A informação foi publicada nas redes sociais do governo municipal na última sexta-feira, 5.
De acordo com o Executivo, na quarta-feira, 3, a Vigilância Epidemiológica da cidade “recebeu um comunicado da Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses da SES/RJ (Secretaria de Estado de Saúde do Rio), confirmando resultado positivo para o vírus oropouche”.
A prefeitura ainda informou que o paciente não tinha histórico de viagem e apresentou sintomas como cefaleia [dor de cabeça], artralgia intensa [dor nas articulações], tontura, náuseas e vômitos. O homem não precisou ser hospitalizado e já se curou “sem sequelas”, segundo o município.
As equipes de Vigilância Epidemiológica e Vigilância Ambiental de Friburgo estiveram na quinta-feira, 4, na casa do idoso "para conduzir as investigações e determinar se o caso é autóctone (transmissão local) ou importado (quando a transmissão ocorre em outro território), identificar o paciente e traçar as estratégias para uma ação".
Uma nota técnica da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do estado comunica que os exames para a febre oropouche são feitos de ‘forma amostral’ pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio (Lacen/RJ). Ou seja, não há uma coleta específica para a doença, o Lacen analisa os casos que deram negativos para dengue, chikungunya e zika vírus.
No painel de monitoramento de arboviroses do governo estadual, ainda não foi notificado o caso confirmado em Nova Friburgo. Até o momento, o Rio de Janeiro contabiliza 65 registros da febre, sendo 44 autóctones, que são aqueles infectados em território fluminense.
O primeiro caso da doença diagnosticado no estado ocorreu em fevereiro na cidade do Rio. O homem de 42 anos tinha viajado para o Amazonas.
O que é a febre oropouche
Segundo o Ministério da Saúde (MS), a febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus, o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), e a transmissão ocorre principalmente por mosquitos.
No Brasil, esse vírus foi isolado pela primeira vez em 1960, por meio de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça encontrado na construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados, principalmente nos estados da região amazônica.
O MS explicou que há dois tipos de ciclos de transmissão da doença: o silvestre e o urbano. No silvestre, animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Já no urbano, são os humanos que hospedam.
De acordo com a Fiocruz, o mosquito Culicoides paraensis, conhecido como 'maruim' ou 'mosquito-pólvora', é apontado como principal transmissor da febre oropouche tanto nas áreas silvestres como nas áreas urbanas.
Infectologista de Friburgo fala mais sobre a doença
Em entrevista ao Portal Multiplix, a infectologista Patricia Hottz acrescentou que "o mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente transmitir o vírus."
Patricia ressaltou a importância da notificação e fez um alerta sobre os sinais da doença:
Os sintomas da febre do oropouche (FO) são parecidos com os de outras arboviroses, como a dengue e a chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. (...) A FO compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública. Portanto, a notificação é fundamental para desencadear as medidas de controle da doença.
A forma de prevenir a febre oropouche é semelhante à prevenção da dengue, por exemplo:
Recomenda-se o uso de roupas que cubram a maior parte do corpo e a aplicação de repelente nas áreas expostas da pele e sobre as roupas, assim como telas nas janelas e controle dos eventuais focos de criadouros de mosquitos em domicílios e seus arredores.
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