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Cantora Solange Almeida revela problemas com cigarro eletrônico e traz debate sobre riscos para saúde

DEFs podem causar problemas respiratórios graves, segundo especialistas

Por Bianca Chaboudet
29/03/22 - 14:50
Cantora Solange Almeida revela problemas com cigarro eletrônico e traz debate sobre riscos para saúde Maioria dos dispositivos possuem nicotina, droga que causa dependência química ao organismo do usuário | Foto: Reprodução/Banco de Imagem

Apesar de ser proibido, o uso dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) tem crescido cada dia mais no Brasil, e com isso vem a preocupação sobre os riscos que os aparelhos podem oferecer à saúde.

Na última semana, a cantora Solange Almeida, conhecida pela banda Aviões do Forró, revelou em entrevista ao podcast “EmPODeradas” que usou cigarro eletrônico por cerca de um ano e que o aparelho se tornou um vício rapidamente.

“Por causa dessa pocilga eu quase perdi foi tudo, meu pulmão ficou lascado, entendeu. Quem passou por isso foi o Zé Neto e eu passei a mesma coisa, porém foi algo que eu estava esperando o momento certo pra falar. Mas foi um processo muito difícil, de ansiedade, aquilo começou a me trazer um estado de ansiedade que vocês não têm ideia do que eu passei”, disse a artista.

Esse tipo de cigarro é considerado novo no mercado e, por isso, ainda há pouco estudo pelos órgãos de saúde.

Mesmo assim, já é possível associar o uso dos dispositivos ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e respiratórias.

Nos Estados Unidos, por exemplo, um estudo mostrou que dezenas de jovens morreram entre 2019 e 2020 com Evali, sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as substâncias usadas nos cigarros eletrônicos são o grande problema do uso do produto.

Além disso, na maioria dos líquidos usados no cigarro eletrônico há a presença de nicotina, uma droga que causa dependência química e prejudica o desenvolvimento do cérebro em crianças e adolescentes.

Aline Mesquita, sanitarista da Divisão de Controle de Tabagismo do Inca, lista ainda outras substâncias presentes no dispositivo e os malefícios que elas apresentam à saúde:

  • Propilenoglicol e glicerina vegetal: aumentam a irritação nos pulmões e vias aéreas.

  • Compostos orgânicos voláteis: podem causar irritação nos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça e náuseas, e danificar o fígado, os rins e o sistema nervoso.

  • Aromatizantes, como o diacetil: está relacionado à doença pulmonar grave.

  • Formaldeído: substância cancerígena.

  • Partículas ultrafinas, que são inaladas: chegam aos pulmões e podem causar doenças cardiovasculares e respiratórias.

  • Metais pesados, como níquel, chumbo e outros: causam danos no sistema nervoso central, rins, pulmões, por exemplo.

Substâncias usadas nos cigarros eletrônicos são o grande problema do uso do produtoSubstâncias usadas nos cigarros eletrônicos são o grande problema do uso do produto | Foto: Reprodução/Banco de Imagem

Segundo Aline Mesquita, não é possível dizer se o dispositivo apresenta mais ou menos risco que o cigarro convencional, isso devido à diferença de tempo de estudos entre os dois produtos.

“O que sabemos é que foram identificadas substâncias cancerígenas nesses produtos, bem como já há estudos, pesquisas de laboratório ou pesquisas básicas, que mostram o potencial desses produtos em produzir células cancerígenas. Entretanto, como se trata de um produto relativamente novo no mercado, ainda não temos tempo suficiente para avaliar todos os danos que podem ser causados. Várias doenças se manifestam após um tempo de exposição a uma determinada substância ou fator de risco, que é o caso do câncer”, afirma Aline Mesquita.

O pneumologista Fernando Carlos Vetromille explica que, independentemente do tipo de cigarro utilizado, já é comprovado que o fumante está mais suscetível a doenças respiratórias como asma grave e pneumonia.

“Além disso, os dispositivos atingem temperaturas entre 300ºC e 400ºC, o que leva a uma combustão incompleta das substâncias, com liberação de carbonilas altamente tóxicas para o organismo. Já existem dados sobre os efeitos de curto prazo do uso do cigarro eletrônico: diminuição da função pulmonar, maior risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e aumento do risco de angina, além de danos ao sistema imunológico. Há relatos, ainda, de maior incidência de convulsões entre os adolescentes usuários”, disse o especialista.

Comercialização e uso dos produtos são proibidos no Brasil

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil é proibido comercializar, importar e fazer propaganda de qualquer tipo de dispositivo eletrônico para fumar.

A resolução de 2009, teve como base o princípio da precaução, já que na época não existiam dados científicos que comprovassem as alegações atribuídas aos produtos.

Desde então, estudos têm sido realizados para avaliar a segurança dos DEF's, mas, segundo o órgão, "até o momento, ainda restam incertezas e controvérsias relativas ao uso e aos riscos atribuídos a esses dispositivos".

A Anvisa informou ainda que a fiscalização do consumo e venda dos produtos cabe às vigilâncias sanitárias regionais, de acordo com um pacto federativo.

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