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Óvnis? Saiba o que são objetos brilhantes vistos no céu de cidades da Região Serrana

Confira entrevista com professor do Clube de Astronomia de Nova Friburgo a respeito desses objetos misteriosos

Por Matheus Oliveira
14/05/20 - 16:35
Óvnis? Saiba o que são objetos brilhantes vistos no céu de cidades da Região Serrana Satélites da rede Starlink, do milionário Elon Musk, cruzaram os céus do Brasil nos últimos dias | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Objetos estranhos cortando o céu de cidades de todo o Brasil, inclusive da Região Serrana do Rio de Janeiro, deixaram muita gente intrigada nos últimos dias. Seriam óvnis? Meteoritos? Ou até mesmo aviões? Na verdade, são satélites da rede Starlink, do milionário Elon Musk, conforme nos conta o estudante de física da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor do Planetário de Nova Friburgo, Pedro Cordoeira.

Pedro, que também é um dos diretores do Clube de Astronomia de Nova Friburgo, já participou de observações junto ao Observatório Nacional com pesquisa do trânsito das luas galileanas de Júpiter e foi monitor do Clube de Astronomia da Casa da Descoberta UFF, afirma que os satélites dividem opiniões por conta do impacto que eles criam nas observações astronômicas feitas em terra.

Tais satélites foram colocados pela Starlink para aumentar a acessibilidade à internet dos usuários. Os equipamentos ficam enfileirados em duas linhas paralelas e, em Nova Friburgo, puderam ser vistos nos últimos quatro dias. Os pontos brilhantes vistos no céu, na verdade, são a luz do sol refletida nos satélites.

Em Magé, na Região Metropolitana, a queda de um dos satélites fez com que o objeto fosse confundido com óvnis.

O estudante de física indica que ao todo 12 mil satélites vão ser colocados na órbita e 60 já estão. Entretanto, Pedro relata que existe um "lado B" ao colocar esse monte de satélite em órbita, pois acabam atrapalhando as observações astronômicas.

“Muitas vezes, ao apontar o telescópio para uma região do céu, temos que deixar as câmeras com exposições longas para captar o máximo de luz possível dessa região. Quando os satélites passam, ele criam rastros de luz que estragam as fotografias podendo fazer com que astrônomos não consigam observar eventos específicos como trânsito de planetas ou alterações nas estruturas de galáxias ou aglomerados de estrelas”, declara.

O objetivo do milionário Elon Musk é que os satélites levem, até áreas remotas da Terra, internet de alta velocidade e com preços acessíveis através das bandas de ondas de rádio.

“Esse projeto está passando por cima dos apelos dos cientistas que querem outras opções para chegar ao objetivo da internet rápida em mais lugares com menos impacto. Outro ponto é que uma constelação com milhares de satélites como esses diminuem e estreitam as janelas de lançamento de missões espaciais para órbitas mais altas. Não dá pra lançar um foguete com um grande risco de bater nesses satélites”, complementa Pedro.

O professor do Clube de Astronomia ainda indica que existe um levantamento demonstrando que a internet de alta velocidade não será acessível a parcelas mais pobres.

“Gostaria de levantar a reflexão que o céu noturno é nosso patrimônio. Nós causamos problemas a ele há muito tempo com luzes fortes das cidades que diminuem nossa visão do céu. A astronomia não pode ser reduzida a observações espaciais. A astronomia em terra é fundamental para o desenvolvimento da área e movimenta uma gama variada de cientistas. Perder isso é perder boa parte da ciência e de seus estudos”, conclui.

Sobre Elon Musk

Elon Musk é um empreendedor sul-africano, de 48 anos, sendo a 36ª pessoa mais rica do mundo segundo a revista Forbes. Ele é fundador e CEO da Space X. Ele também é CEO da Tesla Motors; vice-presidente da OpenAI; fundador e CEO da Neuralink; e co-fundador e presidente da SolarCity.

Dentre suas iniciativas, estão ações ousadas, como a venda de um voo comercial à Lua, o desenvolvimento e venda de carros elétricos e projetos na área de exploração espacial.


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