Greve dos caminhoneiros faz prévia da inflação acelerar ao maior nível desde 1995
Alta nos preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis puxaram a alta no índice, que ficou em 1,11% no período
21/06/18 - 14:29
Devido à greve dos caminhoneiros, o abastecimento de diversos produtos foi prejudicado, elevando os preços e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para 1,11% neste mês, em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira, dia 21 de junho. O índice é avaliado como uma prévia da inflação oficial.
A alta de preços foi a maior de um mês de junho desde 1995, no começo do Plano Real, quando a inflação ficou em 2,25%. Em 2018, o marcador econômico apresenta alta de 2,35% e em 12 meses, de 3,68%. A meta da equipe econômica do governo é manter a inflação em 4,5% ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, deixando-a para variar entre 3% e 6%.
Os valores de alimentos e bebidas (1,57%), habitação (1,74%) e transportes (1,95 %), foram os resultados que mais pesaram para o resultado. Entre os alimentos que ficaram mais caros estão: batata-inglesa (45,12%) cebola (19,95%) tomate (14,15%) leite longa vida (5,59%) carnes (2,35%) frutas (2,03%).
A gasolina que gerou corrida aos postos em maio, subiu 6,98% e o dos combustíveis, 5,94 %. Já a energia elétrica aumentou 5,44% e a conta de luz ficou mais cara em razão da escolha da chamada bandeira tarifária vermelha nível 2.
IPCA
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 avalia famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, índice considerado a inflação oficial.
Greve dos Caminhoneiros
A greve dos caminhoneiros durou 11 dias em maio e reivindicando melhorias, os manifestantes bloquearam rodovias, prejudicando assim, o fornecimento de alimentos e produtos como combustíveis. O Governo Federal atendeu algumas solicitações do setor, mas estima que o impacto da greve custará R$ 15 bilhões aos cofres do País.