Durante quanto tempo o novo coronavírus sobrevive nas superfícies?
Cientistas mostram a permanência do vírus em vidro, plástico, pano e sola de sapatos

A principal recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prevenção do novo coronavírus durante a pandemia é evitar tocar nos olhos, boca e nariz após ter tido contato com superfícies contaminadas e manter a higiene das mãos e do ambiente com frequência. Mas você sabe por quanto tempo o coronavírus sobrevive as superfícies?
Trocar de roupa quando chegar em casa, tirar sapatos, não levar o jornal pra dentro de casa, jogar fora as garrafinhas de água e até dar fim as correspondências, além de andar com máscaras e luva descartável são alguns dos procedimentos que estão sendo adotados pelas pessoas para evitar que o coronavírus não entra na residência.
A recomendação dos especialistas, para quem está mantendo o isolamento domiciliar, é que não é preciso trocar de roupas ou tomar banho toda hora, nem se apenas for ao mercado ou a farmácia. O ideal é lavar as mãos com água e sabão ao retornar. Isso porque as gotículas de espirro ou tosse que possam estar no ar, vão cair no chão e não vão ficar flutuando no ar por horas. Seria preciso gotículas muito grandes para desviar do caminho normal.
Ainda de acordo com especialistas, se contaminar por manusear correspondências, jornal e pacotes é baixo e pode ser apenas teórico já que não há casos documentados de alguém ter pego covid-19 por ler jornal ou abrir um cartas, por exemplo. Mas após utilizar esses itens, o ideal é lavar as mãos.
Ao voltar da rua muitas pessoas se perguntam se os sapatos devem ser retirados e limpos. Mas, eles não são uma fonte comum de infecção. Uma pesquisa Chinesa recente divulgou que entre os profissionais de saúde, metade tinha o covid-19 nos sapatos, já que eles trabalham em unidades de saúde com pacientes que estão infectados com o vírus.
A recomendação é lavar os sapatos, caso sejam laváveis ou então deixá-los do lado de fora da casa ou em um local específico.
Em um estudo recente, publicado em março deste ano, pela revista científica New England Journal of Medicine, feito por cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e da Universidade da Califórnia, de Princeton e de Los Angeles mostra a resistência do coronavírus em cinco materiais diferentes.
O covid-19 fica mais estável no plástico e também no aço inoxidável, materiais muito presentes no dia a dia das pessoas. No aço inoxidável, por exemplo, ele pode ficar por 72 horas, ou três dias, assim como no plástico.
Já no papelão, permanece por 24 horas e no material de cobre por quatro horas. O estudo também viu o tempo de sobrevivência nos itens aerossolizados/poeiras, ele fica por 40 minutos a 2h30.
O estudo também mostrou que o vírus estava presente no banheiro utilizado pelos pacientes de um hospital de Wuhan, na China, onde começou a crise.
Já o centro de pesquisa em vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) diz que não há estudos sobre a possibilidade de o vírus estar presente em outros tecidos. Nos panos, por exemplo, por causa das gotículas de saliva, o covid-19 pode sobreviver de 72 a 96 horas.
Diferentes estudos mostram quanto tempo outros tipos de coronavírus, como o SARS-CoV e o MERS-CoV ficam nas superfícies: No aço eles permanecer por cinco dias, assim como no vidro, PVC, na borracha de silicone, teflon e na cerâmica. Já no alumínio eles sobrevivem de 4 a 8 horas. No plástico ficam de 2 a 6 dias e na luva de látex, oito horas.