A história por trás dos doces: Como surgiu a tradição de Cosme e Damião?
Irmãos gêmeos eram médicos e atendiam pessoas carentes
Sacolinhas de papel recheadas com paçocas, marias-moles, suspiros e bananadas. Pipoca doce, doce de abóbora e de batata doce. As guloseimas são convidadas que não podem faltar nas festividades em celebração a Cosme e Damião, santos da Igreja Católica lembrados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos; mas, qual é a relação dos irmãos com as iguarias?
A história das sacolinhas começa na cidade de Egéia, na Arábia, onde nasceram os irmãos Cosme e Damião, por volta de 260 depois de Cristo. Apesar dos boatos, não existem confirmações de que eram gêmeos. A família dos dois tinha fortes tradições católicas, que foram passadas a eles durante a infância e juventude.
Cosme e Damião, ainda jovens, decidiram estudar medicina e foram para a Síria, que, na época, era uma província do Império Romano, para iniciar a aprendizagem. Após diplomados, passaram a exercer atendimento à população carente das redondezas de onde viviam.
Os irmãos usavam a fé, unida aos conhecimentos científicos, como poder de cura. Como forma de caridade e amor, eles realizavam tratamentos para as pessoas que não podiam pagar. Para as crianças doentes, davam balas para a amenizar o sofrimento.
“Os irmãos não cobravam absolutamente nada pelos tratamentos, mas tudo faziam com caridade e dedicação. A fama de Cosme e Damião despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. O governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas”, conta Antônio Leão, que é padre da Igreja Católica em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio.
Os irmãos foram torturados e mortos por se negarem a aceitar os padrões religiosos do imperador romano. Hoje santificados, Cosme e Damião são lembrados, através dos doces que costumavam distribuir como exemplos de solidariedade e cuidado.