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Professores de Friburgo ganham prêmio com projetos agroecológicos e criam cartilha educacional

Alunos na zona rural aprendem sobre a importância do solo e como usar novas tecnologias sem poluir o meio ambiente

Por Nai Frossard
19/12/22 - 10:55
Professores de Friburgo ganham prêmio com projetos agroecológicos e criam cartilha Alunos fizeram uma mandala agroecológica na escola rural | Foto: Sandro Oitaven

Quem disse que a vida no campo é feita só de simplicidade e sem muito estudo? Os professores Maria Clara Estoducto e Sandro Oitaven, de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, provaram que escolas rurais podem produzir ciência e conhecimento.

Eles foram homenageados recentemente por projetos que analisaram metodologias participativas de Educação em Solo e pelo Complexo Agroecológico do Centro Familiar de Formação por Alternância (Ceffa) Rei Alberto I.

Os dois professores lecionam nas escolas das unidades do Ceffa (Flores), em Vargem Alta, e em Salinas, ambas do ensino fundamental, direcionadas para filhos de agricultores, dessas regiões rurais do município.

O Prêmio Paulo Freire, recebido no dia 12 de dezembro, foi entregue pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro - Alerj.

Projetos premiados

Um dos projetos ganhou esse reconhecimento agora, mas teve início em 2017, com implementação de uma mandala agroecológica (horta agroecológica em canteiros circulares) com a participação de professores das disciplinas de Práticas Agroecológicas, Biologia e Sociologia.

Já o estudo da professora Maria Clara, foi feito a partir de seu mestrado. Ela está na escola Ceffa Flores desde 2018 e analisou a fauna do solo sob diferentes manejos, o convencional e o agroecológico. Ela seguiu uma linha de pesquisa na área da educação em solos e agroecologia.

Maria Clara foi premiada pela pesquisa na área da educação em solos e agroecologiaMaria Clara foi premiada pela pesquisa na área da educação em solos e agroecologia | Foto: Alan Andrade

“Trabalhei com essa sensibilização, trazendo o solo como organismo vivo e mostrando o lado lúdico do solo, as tintas do solo. Usei métodos participativos de educação em solo, na pedagogia de alternância, fizemos experimentos para analisar a fauna do solo e como essa fauna do solo é benéfica” afirmou a professora Maria Clara, que complementou:

A localidade de Vargem Alta é grande produtora de flores e tem a problemática do uso de agrotóxico. Na minha disciplina a gente trabalha novas tecnologias, com agroecologia, com outras formas de manejo em sincronia com a natureza.

Maria Clara explicou que fez experimentos em duas áreas agroecológicas e comprovou com seus alunos que a diversidade vegetal é maior nos canteiros de adubação orgânica.

Vimos que há uma abundância de organismos benéficos do solo em áreas agroecológicas e o resultado desse trabalho foi uma cartilha que construímos coletivamente com os principais organismos da fauna do solo. Isso é uma forma de política pública para as escolas públicas aplicarem, ensinando a importância do solo.

Pedagogia por alternância

O Centro Familiar de Formação por Alternância adota como modelo a Pedagogia da Alternância, que teve origem na França em 1935 como proposta de educação contextualizada para o camponês e sua família (uma semana na escola outra em casa).

Filhos de agricultores da região também trabalham com a terra na escola ruralFilhos de agricultores da região também trabalham com a terra na escola rural | Foto: Sandro Oitaven

Nova Friburgo é uma importante região do Estado do Rio de Janeiro na produção de alimentos, principalmente o cultivo de hortaliças.

Essas produções, muitas vezes, estão associadas a formas de cultivos que geram impactos negativos na saúde coletiva da população e no ambiente como um todo.

O Ceffa tem como estudantes, principalmente, filhos de agricultores locais. O projeto denominado "Complexo Agroecológico" tem como objetivo apresentar diferentes formas de cultivos e que leve em consideração as bases ecológicas.

Entre 2017 e 2022, foram criadas outras áreas anexas à mandala agroecológica: o labirinto agroecológico; compostagem com esterco caprino; cultivo protegido (estufas); sistema agroflorestal; cunicultura; e compostagem.

Alunos colhem na horta em mandala alfaces para o almoçoAlunos colhem na horta em mandala alfaces para o almoço | Foto: Sandro Oitaven

O projeto já obteve alguns resultados positivos: replicação e experiências em propriedades de estudantes; Projetos de conclusão de curso com temas que foram discutidos nas práticas; fornecimento de salada para o almoço do Ceffa; premiações de estudantes em feiras de ciência e tecnologia.

Com o retorno das aulas presenciais no início desse ano, as atividades práticas no complexo foram retomadas, e “com o propósito de tornar o local em uma unidade demonstrativa multifuncional de uma propriedade familiar, e de transformação para uma sociedade que se orgulhe da sua relação com a natureza”, pontuou o professor Sandro Oitaven que também recebeu o Prêmio Paulo Freire.

A iniciativa é uma homenagem a um dos maiores educadores do país e reconhece projetos pedagógicos de professores em todo o Estado, desenvolvidos nas escolas e universidades públicas e também no âmbito da educação popular.

Professores recebem prêmio na AlerjProfessores recebem prêmio na Alerj | Foto: Alan Andrade

Na XVI Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro (Fecti), em novembro, os alunos do Ceffa Rei Alberto também foram premiados

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