MP abre inquérito para apurar ação da polícia em batalha de rimas em Cabo Frio

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias das ações da Polícia Militar ocorridas durante uma batalha de rimas em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio.

Segundo o promotor de Justiça Vinícius Lameira, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, o objetivo do procedimento é atuar em defesa da liberdade de manifestação cultural dos jovens.

O caso aconteceu no dia 5 de maio, no bairro Manoel Corrêa. De acordo com o MPRJ, na ocasião, policiais atiraram contra jovens que participavam do encontro.

Os organizadores da batalha de rimas afirmam que os agentes que atuaram durante a ação teriam justificado o ato afirmando que: “cultura é só na escola”, “rap é coisa de vagabundo” e “lugar de criança é em casa e não na praça fazendo rap”.

“Essa intervenção está sendo realizada para proteger a liberdade de manifestação cultural, de realização de batalhas de rap dentro da comunidade, sem atos de violência. Iremos ouvir os organizadores do evento, o comandante do Batalhão da PM e tentar desenvolver, conjuntamente, um protocolo de atuação da polícia quando estiverem sendo realizados eventos dessa natureza em comunidades do município’, afirmou Vinícius Lameira.

O prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio, demonstrou apoio ao movimento cultural. Durante um evento de batalhas entre MCs, realizado na Praça da Cidadania, o chefe do Executivo disse que a cultura das comunidades deve ser incentivada e valorizada.

"Reforço o apoio a todo movimento que atua de maneira legítima e colabora para levar diversão e conhecimento para a juventude. Aqui em Cabo Frio, a arte tem vez e voz!", disse o prefeito.

A PM informou que os policiais envolvidos na ocorrência foram ouvidos e afastados de suas funções nas ruas até a conclusão da apuração do caso. Um procedimento administrativo está em andamento e será encaminhado para a Corregedoria Geral da Polícia Militar.

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