Dez pinguins são encontrados mortos nesta semana nas praias Grande e Massambaba, em Arraial do Cabo
Causas serão apuradas. Médica veterinária explica que presença desses animais na costa é comum nesse período do ano
Dez pinguins foram encontrados mortos nesta semana em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio. Na terça-feira, 16, quatro aves foram vistas sem vida na Praia Grande. Já nesta quinta, 18, outras seis foram achadas mortas por banhistas na Praia de Massambaba, no distrito de Monte Alto.
A prefeitura da cidade disse que acionou o Instituto BW, que atua com a conservação e reabilitação de animais selvagens na região, para fazer a remoção das aves e iniciar um estudo sobre as possíveis causas das mortes.
Além de Arraial, outras ocorrências como essas também foram registradas em Araruama e Saquarema.
Segundo Paula Baldassin, médica veterinária do Instituto BW, o período de migração dos pinguins-de-magalhães, espécie encontrada nesses últimos dias, teve início neste mês de julho. Ela explica:
Todos os anos, essa espécie aparece na nossa costa brasileira, mas isso não é um evento recente. Existem sambaquis na Região dos Lagos que comprovam que esses animais visitam a nossa costa há muito tempo. É um evento normal na natureza desses animais.
Ainda de acordo com o BW, mais de 150 pinguins já foram contabilizados na costa brasileira pelo instituto nesta temporada de chegada dos animais.
Mais de 150 pinguins já foram contabilizados na costa pelo instituto nesta temporada de 2024 | Foto: Divulgação/Instituto BW
Sobre as possíveis causas das mortes recentes, a especialista explica que muitos dos pinguins que chegam à região são juvenis, ou seja, eles saem para o mar pela primeira vez. O que, segundo Paula, aumenta a chance de que "algo dê errado durante esse percurso":
Eles não conseguem pescar direito, podem ser atacados por outros animais, ficam sem comer e acabam com hipotermia [perdem temperatura]. Muitas vezes, nós mesmos somos os grandes causadores de algumas patologias neles. Eles ingerem plástico e não conseguem defecar e acabam morrendo.
De acordo com o instituto, essa espécie habita os mares do Atlântico e do Pacífico da América do Sul, mais precisamente na Argentina, Chile e Ilhas Malvinas. Devido à influência do inverno, eles escolhem o Sul e o Sudeste do Brasil como parte de sua rota migratória.
Os especialistas reforçam que, caso alguém encontre um pinguim, não deve devolver o animal à água e, de forma alguma, colocá-lo no gelo. É preciso acionar as instituições ambientais (Inea, guardas ambientais e instituto BW), o quanto antes, para que elas possam cuidar do animal de forma adequada.
A Prefeitura de Arraial do Cabo também recomenda à população que, caso a pessoa encontre um pinguim na beira da praia, coloque o animal em uma caixa de papelão e o alimente com um peixe. Após esses procedimentos deve-se acionar imediatamente os órgãos responsáveis.
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