Expressões populares que estão sendo deixadas de lado pelas novas gerações
Conheça a origem de gírias como coroa, chato de galocha, do arco da velha e a cobra vai fumar

A língua portuguesa é muito rica. São mais de 400 mil palavras, de acordo com os principais dicionários utilizados em nosso país. Mas pesquisadores estimam que esse número seja ainda maior, já que existem expressões que deixaram de ser utilizadas. Há também as palavras novas, inventadas há pouco tempo pela nova geração adepta das redes sociais.
Algumas palavras brasileiras estão diretamente ligadas aos costumes e cultura do país. E se as juntarmos, podemos formar expressões populares que são utilizadas para descrever situações e até transcrever um sentimento.
Mas para quem nasceu depois dos anos 2000 certamente não utiliza mais essas expressões populares, comumente falada pelos mais velhos. Separamos algumas dessas gírias que ainda se aplicam bastante, mesmo com a tecnologia e as novas expressões.
Vai tomar banho!
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Normalmente, quando alguém está muito irritado com uma situação ou outra pessoa, ao invés de falar um palavrão, manda ir tomar banho. Essa expressão vem dos tempos da monarquia, onde os membros da corte ficavam dias com a mesma roupa e o banho não era comum. Com isso, os índios, que já estavam incomodados com o cheiro ruim e também as ordens de trabalho, mandavam os portugueses tomarem banho.
Do arco da velha
Foto: Reprodução/Redes Sociais
“Minha tia tem um telefone do arco da velha”. Isso significa que o aparelho é bem antigo, muito velho e esse sentido vem das arcas em que se guardavam pertences e relíquias antigamente.
Há também a história bíblica que explica a conversa de Deus com Noé, para que uma aliança com os homens fosse feita. O arco-íris representou essa ligação entre Deus e os homens, dando origem a expressão.
Rodar a baiana
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Quem não leva desaforo para casa e sempre arranja confusão, normalmente “roda a baiana”. A expressão popular surgiu no início do século 20, em um Carnaval carioca, quando as mulheres saiam desfilando, vestidas de baianas. Quando algum rapaz aproveitador chegava perto de uma delas, era aplicado o golpe de capoeira, com o rodopio da baiana para afastar o desrespeito.
De meia-tigela
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“Essa amizade deles é de meia-tigela”, ou seja, é insignificante. A expressão também pode significar algo sem qualidade e tem origem na monarquia, onde os funcionários recebiam seus alimentos proporcionalmente conforme desempenhavam sua função. De acordo com o “Livro da Cozinha del Rei”, os menos favorecidos sempre comiam com meia tigela.
Santo do pau oco
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Quem tem caráter duvidoso, dissimulada, falsa e até hipócrita, pode ser chamado de santo do pau oco.
Antigamente, lá no período do Brasil Colônia, quando havia muita mineração, o interior das imagens dos santos era oco, para que fossem preenchidas com ouro em pó e, assim, evitar os altos impostos, passando despercebido pela fiscalização.
A cobra vai fumar
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Já imaginou uma cobra fumando? Pois é, o lema do Exército Brasileiro durante a 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945) dizia: “É mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. No fim, o país participou da guerra e a expressão virou uma provocação ao lema.
Quem utiliza da gíria, normalmente fez alguma coisa e a consequência aparece com sérios problemas.
Coroa
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“Aquela coroa que veio aqui, conseguiu resolver o problema?”. Essa é uma forma popular de chamar uma pessoa mais velha, geralmente a partir dos 50 anos.
A origem vem das ornamentações circulares que são símbolo de poder, na realeza e nos concursos de beleza, por exemplo. Além disso, a história também conta sobre o arranjo de flor que é colocado nos túmulos e o círculo que se forma ao redor do sol e da lua quando há uma modificação da luz na atmosfera úmida.
Porém, as origens não têm analogia com a figura humana com mais de 50 anos.
Chato de galocha
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A galocha é a bota de borracha usada em dias de chuva. Antigamente, aquela pessoa que entrava nas casas sem ser convidado e saia sujando e molhando tudo, era considerada uma pessoa inconveniente e chata.
Então, quando você conhece alguém do tipo inconveniente, desagradável e que vive com assuntos desinteressantes, ela é chamada de chata de galocha.
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