Mercado de plus size cresce 21%; 'Celebração de todos os corpos' será tema da Fevest

O mercado de plus size ainda é pouco explorado no setor têxtil, mas a previsão é de crescimento. Em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, as empresas especializadas nessa linha já se preparam para a Fevest 2022 – Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima, que vai começar no dia primeiro de setembro na cidade.

O tema da feira neste ano será 'Celebração de todos os corpos' e, das 29 empresas que irão participar do evento, seis produzem para o segmento. Ainda são poucas as confecções voltadas para esse mercado, mas as perspectivas são boas.

O relatório setorial da Associação Brasil Plus Size (ABPS) revela que os setores do vestuário para homens e mulheres acima do peso no Brasil avançaram 21% no período entre 2019 e 2021 e devem manter o ritmo de crescimento neste e nos próximos anos.

O Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região abrange 12 municípios e tem 2.778 confecções. Das 200 empresas associadas no Sindicato do Vestuário de Nova Friburgo – Sindvest, 39 fabricam peças para pessoas que vestem o tamanho plus size.

Mercado movimenta mais de R$ 9 bilhões por ano | Foto: Arquivo/Andrea Tieko

Movimentando aproximadamente R$ 9,6 bilhões por ano, essa produção vem quebrando padrões e ganhando cada vez mais adeptos, lojas, modelos e profissionais. Para a presidente da ABPS, Marcela Elizabeth Pereira, o mercado é promissor:

As lingeries da linha plus size são uma necessidade extrema de mercado e uma grande oportunidade de negócio.

Demanda para a linha fitness aumentou 60% com relação ao ano passado numa confecção de Friburgo | Foto: Divulgação/Polo de Moda Íntima

Para a gerente da marca Ambiente Íntimo, que produz exclusivamente para o segmento, Renata Lopes, a demanda para a linha fitness aumentou 60% com relação ao ano passado:

A empresa produz 150 mil peças por mês nas linhas praia e fitness. Nossos produtos podem ser encontrados em diversas lojas de departamento do país.

Para a gerente comercial da Lalie Lalou, Andrea Tieko, hoje o mercado de plus size possui mais opções, com marcas que se preocupam com as pessoas que vestem tamanhos maiores. E pensando também na especialização desse segmento, ela resolveu fazer um curso de produção de moda:

Eu espero poder mostrar que é possível se vestir bem e, ao mesmo tempo, ser diferente. É muito importante sermos aceitos do jeito que a gente é e, sermos amados, independentemente do tamanho que vestimos.

A ideia não é disfarçar o excesso de peso, mas valorizar o corpo, afirma Andrea Tieko | Foto: Arquivo/Andrea Tieko

Andrea Tieko, que também desenvolve coleções de roupas, afirma que as pessoas que são acima do peso “devem ter o direito e a liberdade de se expor de maneira diferenciada do que é ditado pela moda tradicional”.

A ideia não é disfarçar o excesso de peso, mas valorizar o corpo e mostrar que é possível encontrar peças que as pessoas se sintam bem. Tieko complementa:

Temos que ter uma outra percepção, um outro olhar para quem se veste com tamanhos entre 50 e 52 e até acima dessa numeração.

A gerente da confecção Guilff, que há sete anos produz plus size, Carla Rutherford, explica que atualmente a demanda para os tamanhos maiores mudou de perfil:

Antes eram modelos mais básicos e sóbrios e agora percebemos uma tendência por produtos mais estampados e até ousados.

A marca, que fabrica a linha praia e fitness, decidiu apostar no segmento e hoje 40% de sua produção são de peças plus size.

Andrea Tieko defende a relação positiva com os diferentes tipos de corpos | Foto: Arquivo/Andrea Tieko

Andrea Tieko defende a relação positiva com os diferentes tipos de corpos e destaca que a moda é para todos. Ela garante que o mercado está bem mais amplo que no passado:

A moda é o que você é, o que você sente e o que você pode sonhar em ser. Isso diz respeito à autoestima e quero ter um dever social, como uma representante do segmento, de transparecer isso para as pessoas. É possível sim, vestir peças interessantes, desde a lingerie até as marcas-conceito.

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