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Dia Internacional da Dança: profissionais falam de suas trajetórias

Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, artistas dedicados ao mundo da dança se reinventam e seguem em busca dos seus sonhos, até mesmo nos lugares mais distantes

Por David Massena
29/04/21 - 15:50
Dia Internacional da Dança: profissionais falam de suas trajetórias Caio Nunes é uma das grandes referências da dança no Brasil | Foto: Reprodução/Instagram

O Dia Internacional da Dança foi criado em 1982 pelo Comitê Internacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A escolha deste dia é uma homenagem a Jean-Georges Noverre, um mestre do ballet francês, conhecido por ter escrito uma das obras mais importantes da história, Lettres sur La Danse ou “As Cartas Sobre a Dança”.

A data também celebra e reconhece uma personalidade brasileira de importância na dança que é Marika Gidali, bailarina, mestre e coreógrafa co-fundadora do Ballet Stagium, de São Paulo, que a exemplo de Jean-Georges Noverre também nasceu no dia 29 de abril.

A dança, juntamente com o teatro e com a música, é uma das principais artes desde a Antiguidade. Ainda na Pré-História - com imagens gravadas nas paredes das cavernas - a dança era uma prática comum nas mais diversas situações. Na Grécia Antiga, era utilizada no culto de algumas religiões, assim como no Egito Antigo, que era praticada a dança do ventre em homenagem aos deuses.

O Portal Multiplix conversou com um dos maiores nomes da dança no Brasil, o mestre coreógrafo e bailarino Caio Nunes, que iniciou estudos de ballet clássico na Escola Estadual de Danças Maria Olenewa, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, se especializou em Jazz, e dirige montagens coreográficas – ele assina a atual coreografia de abertura do Fantástico na Rede Globo de Televisão - além de ser responsável, há mais de 30 anos, pela preparação corporal de diversos atores, atrizes e cantores de televisão, cinema e teatro.

Caio Nunes tem 35 anos de carreira Caio Nunes tem 35 anos de carreira | Foto: Arquivo Pessoal

Jurado do programa Dança dos Famosos, com cursos de especialização em Nova York, Los Angeles e Paris, o carioca, filho de um delegado da polícia civil, ex-presidente do Sindicato dos Profissionais da Dança do Estado do Rio de Janeiro, falou sobre sua paixão pela dança.

“A dança pra mim é tudo. É o ar que eu respiro e eu vejo dança em tudo. O movimento nos corpos das pessoas. Quando acordo e me espreguiço, eu digo: há dança! E agradeço, né? Por ter esse entendimento. Uma hora o movimento ganha conceito, junto, uma textura, pra ganhar também um volume. É uma pulsação, um ritmo, enfim, é dança! Eu fiz da dança a minha vida, e foi uma opção, uma escolha da qual eu não me arrependo nem um pouco. Começaria tudo outra vez, porque o amor sempre esteve presente. Eu acho que quando tem amor e tem essa verdade, a gente chega aonde quer. Por isso, graças a Deus, eu consegui. Hoje, só tenho a agradecer".

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, dançar parecia absolutamente impossível, mas para Caio não foi. O coreógrafo, que é também um realizador de eventos no setor, diz que tão logo começou a quarentena, na terceira semana do mês de março de 2020, criou o X Dance online, que foi uma mostra e competição com jurados internacionais, para mostrar às pessoas que não podemos parar.

“Claro que o presencial não dá pra comparar. A presença física, a emoção, o retorno do público, o palco, toda a estrutura, o piso, as luzes... né? Mais que isso. A presença do professor e suas orientações. Mas eu acho que a palavra reinvenção precisa ser posta em prática. Eu sempre vivi um dia após o outro. Sempre vibrei com cada oportunidade e pela possibilidade de gerar empregos, acessibilizar pessoas, abrir horizontes e dividir o meu conhecimento. E aprender com os outros também. Não podemos parar. E eu acho que a dança é uma arte em que precisamos estar sempre atualizados, se você deixa de estudar um pouco, você fica ultrapassado, você se perde, deixa de perceber novas tendências, os novos olhares, os novos caminhos. Então, é muito importante estar sempre estudando e também se reinventando, independente de uma pandemia".

A carreira artística do Caio Nunes é vitoriosa. O tijucano que integrou companhias de dança, coreografou grandes comissões de frente de escolas de samba cariocas, criou sua própria companhia, ministra cursos por todo o Brasil, América e Europa e é curador do maior evento de dança da América Latina, o Festival de Dança de Joinville, inspira novos talentos.

Como a friburguense Gabrielly Costa que iniciou na dança aos 4 anos e se apaixonou logo na primeira aula e disse à avó que queria fazer isso a vida inteira.

“Eu tive a oportunidade de fazer aulas de jazz, de sapateado, de contemporâneo, de experimentar coisas novas e isso foi muito importante. É muito importante pra qualquer artista, né? Pra qualquer pessoa é importante vivenciar a diversidade. Experimentar para poder criar parâmetros e fortalecer nossos olhares para o mundo", conta.

Gabrielly Costa iniciou na dança aos quatro anos de idade Gabrielly Costa iniciou na dança aos quatro anos de idade | Foto: Arquivo Pessoal

E Gabrielly não parou nunca. Conheceu Caio Nunes durante oficinas de dança no Festival Sesc de Dança em Nova Friburgo, participou de musicais sob a direção de Bernardo Dugin, começou a dar aulas muito cedo e diz que cada dia se apaixonava mais pelo universo da dança.

“Terminando a época de escola em Nova Friburgo, eu resolvi fazer faculdade de dança. Fui para Viçosa, em Minas Gerais, e fiz o curso na universidade federal. E foi ali que eu realmente entendi a dança enquanto arte, enquanto forma de conhecimento. Foi incrível! Eu pretendia seguir num mestrado ou tentar um intercâmbio, precisava arrumar emprego e descobri que recrutavam professores de balé na China. Pasmem!!! Na China!!! E aí primeiro eu achei assim, nossa, que loucura, na China, nunca imaginei! Mas o desejo de experimentar coisas novas era maior do que o medo do desconhecido. É claro que eu tive medo e receio. Mas enviei material e fui aprovada. Eu vim, tô aqui nessa aventura. Um desafio gigante".

A jovem professora de ballet trabalha com crianças e jovens em Hangzhou, a capital da província de Zhejiang, que conta com cerca de 8 milhões de habitantes, de acordo com o último censo. Reconhecida mundialmente pela organização suprema em sua civilização, a cidade é absolutamente equilibrada no aspecto financeiro e conhecida por ser bastante luxuosa.

“Existe uma máxima aqui de que no céu há paraíso, e na terra, Hangzhou, logo, não foi à toa que a cidade ganhou o apelido de cidade do paraíso. A cidade é uma das sete capitais antigas mais importantes da China, com prestígio cultural e histórico em nível mundial", descreve Gabrielly, dizendo que lá já era hoje, dia 29, (conversamos na véspera, 28) e que também estava comemorando a data.

Para a profissional, o grande diferencial na China é a valorização do que faz.

“É interessante que eles realmente valorizam, principalmente financeiramente. Os artistas, os bailarinos, os professores de balé, são tratados com muita dignidade. Atualmente estou dando aulas de balé e dança contemporânea, introdução à dança, e estou dançando também com um elenco de shows, fazendo performances em teatros, em shopping, para além da sala de aula", comenta.

E finaliza dizendo que “a importância da dança na minha vida é algo imensurável. A dança é meu refúgio, meu alimento, é aonde eu consigo ser quem eu sou!".

Para o mestre Caio Nunes a data que celebra a dança é importante para dar visibilidade e lembrar também dos profissionais que vivem neste momento de pandemia uma grande dificuldade.

“Precisamos ser solidários", enfatiza.

A data ganhou uma ação solidária neste período. Coreógrafos, mestres, empresários do setor e bailarinos, como Carlinhos de Jesus, Ana Botafogo, Milton Cunha, Bete Spinelli, entre outros, desenvolveram a campanha “No passo do outro”, que está fazendo intervenções com danças de vários estilos em sinais de trânsito de cidades do país para sensibilizar as pessoas a doarem alimentos para quem tem fome.

Mais do que nunca, é preciso dançar para não dançar!

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