Usina Cultural Energisa, em Nova Friburgo, terá exibição de filmes inéditos a partir desta quarta

A mostra ‘Cinema de Quem Resiste’ chega à Usina Cultural Energisa, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, a partir desta quarta-feira, 17, com longas e curtas-metragens inéditos. O evento também será um espaço aberto para troca de ideias, onde o espectador é convidado a fazer parte da conversa.

Com exibição pela primeira vez na cidade, as obras brilharam nos maiores festivais de cinema do mundo, conquistando prêmios e reconhecimento internacional. A curadoria é da cineasta Renata Spitz e busca fortalecer os artistas locais e promover a troca de experiências com artistas de fora.

Segundo a organização, a mostra promete desafiar normas, questionar padrões e gerar reflexão. ‘Alice Júnior’, ‘Medusa’ e ‘Corpolítica’ são alguns dos longas em destaques. A programação também inclui curtas, como ‘Ferror's bar’, construído a partir de relatos de lésbicas frequentadoras do local.

O filme aborda um episódio central para a formação do movimento lésbico brasileiro no começo dos anos 1980: o ‘Levante do Ferro’s Bar’. Muitos consideram a obra uma espécie de ‘Stonewall Brasileiro’, um bar americano onde havia grande circulação de pessoas gays e trans.

Mostra também será um espaço aberto para troca de ideias | Foto: Divulgação/Usina Viva

Além do ‘Ferro's Bar’, o projeto traz o curta ‘Jéssika’, sobre a história de uma travesti que anos depois de deixar o interior do Nordeste, retorna para sua cidade natal. Nessa viagem, reencontra sua história e a si mesma. O filme é dirigido e escrito por Galba Gogoia, atriz, diretora, roteirista, militante LGBTQIA+ e travesti pernambucana.

O Usina Viva é a continuação do projeto Ocupa Usina, que foi realizado pela Clovis Produtora, em 2022. Inicialmente, a ocupação do local contou com muitas oficinas de formação em funções introdutórias do audiovisual, visando criar mão de obra para os filmes de longa-metragem que vinham filmar na cidade.

Também foi criado um curso regular de teatro no espaço. Mas Guilherme Rezende Jr, produtor idealizador do Usina Viva, destacou que o audiovisual não foi esquecido:

A ideia é fomentar a exibição de cinema no município, formar plateia, ainda mais agora que estamos cada dia mais individuais em nossos celulares. É importante trazer o cinema como uma experiência coletiva novamente, que é sua origem. Todo nosso projeto é perpassado pela diversidade e inclusão.

Todas as atividades serão gratuitas. Os ingressos vão ser distribuídos 30 minutos antes dos espetáculos. As inscrições são realizadas por formulários disponíveis no link da bio do instagram da Usina Viva ou pelo email: usina.viva.23@gmail.com.

Projeto nas escolas

Algumas escolas públicas terão exibição exclusiva dos filmes. O longa-metragem ‘Medusa’ será exibido na quinta-feira, 18, no Colégio Estadual Professor Jamil El Jaick, seguido de bate-papo presencial com a montadora do filme, a friburguense, Marília Moraes.

No dia seguinte, sexta-feira, 19, o filme 'Corpolítica' será exibido no Colégio Estadual Doutor Feliciano Costa, seguido de bate-papo híbrido com o diretor Pedro Henrique França, que também o mentor de direção do Usina Lab.

Cena do documentário 'Corpolítica', de Pedro Henrique França | Foto: Divulgação/Usina Viva

O Usina Viva também preparou um laboratório de realização cinematográfica pensando em dar continuidade à formação dos participantes das oficinas do Ocupa Usina. Serão produzidos três curtas, que estão recebendo mentorias de direção e roteiro com profissionais do mercado.

Serviço:

Local: Usina Cultural Energisa

Quarta-feira - 17/04

• Horário - 20h

• Fantasma Neon

Filme vencedor do Leopardo de Ouro na sessão de curtas do Festival de Locarno, dirigido por Leonardo Martinelli. Um entregador de aplicativo sonha em ter uma moto. Disseram a ele que tudo seria como um filme musical.

Classificação: a partir de 12 anos

• Quem de direito

Dirigido por Ana Galizia. A organização popular pelo acesso à terra marca o território do vale do Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, no Região Metropolitana do Rio. As mobilizações recentes contra um projeto de barragem colocam a água, também, como elemento de disputa.

Classificação: Livre

• Ferro's bar

Filme do Coletivo Cine Sapatão, dirigido coletivamente por Aline Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra e Rita Quadros. A partir de relatos de lésbicas frequentadoras do Ferro’s Bar, aborda-se um episódio central para a formação do movimento lésbico brasileiro no começo dos anos 1980: o ‘Levante do Ferro’s Bar’.

Classificação: a partir de 14 anos

• A Árvore do sonho Mãrihi

Filme do diretor Yanomami Morzaniel Ɨramari. Quando as flores da árvore Mari desabrocham, surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.

Classificação: livre

• Jéssika

Dirigido por Galba Gogóia, nossa mentora do Usina Lab. Jéssika é uma jovem travesti que, anos depois de ter deixado sua cidade natal, no Nordeste, decide voltar. Ao longo do caminho dessa viagem, ela faz muitas descobertas sobre a vida e, acima de tudo, sobre ela mesma.

Classificação: a partir de 16 anos

Quinta-feira - 18/04

• Horário - 20h

• Alice Júnior

Dirigido por Gil Baroni, Alice Júnior é uma YouTuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo.

Classificação: a partir de 16 anos

Sexta-feira - 19/04

• Medusa

• Horário - 20h

Dirigido por Anita Rocha da Silveira, o filme de terror 'Medusa' conta com mais de 20 premiações e festivais em todo o mundo, além de exibição no Festival de Cannes, dentro da mostra “Um Certo Olhar”. Há muitos e muitos anos, a bela Medusa foi severamente punida por Atena, a deusa virgem, por não ser mais pura.

Classificação: a partir de 16 anos

Sábado - 20/04

• Sessão imperdível de curtas selecionados

• Horário - 15h

• Café com Canela

• Horário - 17h

Dirigido por Glenda Nicácio e Ary Rosa. Violeta e Margarida, nomes que não se referem apenas a flores, mas revelam duas mulheres comuns, dessas que encontramos pelas ruas do Recôncavo em bicicletas, em quartos, lidando com as adversidades do dia a dia ou com as amarguras do passado, com reencontros e transformações.

• Corpolítica

• Horário - 20h30

O documentário de Pedro Henrique França investiga o vazio de representatividade LGBTQIA+ no cenário político do Brasil, país que mais mata pessoas dessa comunidade no mundo.

Receba as notícias das regiões Serrana e dos Lagos no Rio direto no WhatsApp. Clique aqui e inscreva-se no nosso canal!