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Oscar 2020: festa da sétima arte conta com um toque brasileiro neste ano

Cineasta friburguense fala sobre Democracia em Vertigem e os favoritos nas principais categorias da cerimônia

Por Matheus Oliveira
07/02/20 - 17:08
Oscar 2020: festa da sétima arte conta com um toque brasileiro neste ano Oscar 2020 vai premiar filmes com mensagens importantes nesta temporada | Foto: Banco de Imagem

Uma festa da imaginação e da arte! Repleto de obras aclamadas, de vilões que amamos odiar a filmes com mensagens fortes, algumas surpresas e outras ausências, o Oscar 2020 ocorre neste domingo, 9 de fevereiro, nos Estados Unidos, a partir das 20h (horário de Brasília). O 92º ano da premiação conta com um toque brasileiro na disputa.

O documentário “Democracia em Vertigem”, da cineasta brasileira Petra Costa, concorre na categoria Melhor Documentário. A obra - que trata dos bastidores da política brasileira, na ocasião do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT) - concorre com Industria Americana, The Cave, For Sama e Honeyland.

Além disso, apesar de não ter sido indicado para a disputa de melhor diretor, o também brasileiro Fernando Meirelles viu seu filme, Dois Papas, ter os atores Jonathan Price e Anthony Hopkins indicados às categorias de melhor ator e melhor ator coadjuvante, respectivamente.

O cineasta friburguense Leo Arturius destaca a importância da indicação de Democracia em Vertigem para a produção local.

“Representa mais investimento no cinema brasileiro. Com fomento e distribuição nós seremos capazes de produzir mais filmes como esse, e ainda levar a nossa cultura e língua para muitos outros países. Além de gerar milhares de empregos numa indústria limpa. Estar no Oscar é evidenciar a arte brasileira para os brasileiros e o mundo, mostrar que a vida real não basta, precisamos de arte para transcender as mediocridades”, afirma.

Ele destaca a qualidade do documentário que mescla a experiência pessoal da cineasta com os bastidores do processo de impeachment, que segundo Leo, seria uma dificuldade a mais. Ele aposta no triunfo da produção nacional pelo destaque que a obra ganhou internacionalmente.

Indicados

A premiação promete muito equilíbrio e distribuição de estatuetas para diversas películas. Mas fica a pergunta: quem serão os grandes vencedores da renomada celebração do cinema mundial?

Na categoria principal, a de melhor filme, temos uma disputa entre um anti-herói oriundo das HQs (Coringa), emoção em uma das maiores rivalidades esportivas do automobilismo (Ford VS Ferrari), a vida em declínio de um casal (Histórias de Um Casamento), mulheres empoderadas em busca de seus sonhos (Adoráveis Mulheres), referências às duas Grandes Guerras (Jojo Rabbit), a grata surpresa de um filme oriental na lista (Parasita) e uma história do cinema ao estilo de Tarantino (Era uma Vez Em...Hollywood).

Nas outras categorias, existem disputas entre pesos pesados da sétima arte. No prêmio de melhor ator, a briga é entre Antonio Banderas (Dor e Glória), Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez Em... Hollywood), Adam Driver (História de um Casamento), Joaquin Phoenix (Coringa) e Jonathan Price (Dois Papas).

Na disputa de melhor atriz estão Cythia Erivo (Harriet), Scarlett Johansson (História de um Casamento), Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres), Charlize Theron (O Escândalo) e Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris).

Por sua vez, entre o prêmio de melhor diretor temos uma disputa entre grandes nomes como Martin Scorsese (O Irlandês), Todd Phillips (Coringa), Sam Mendes (1917), Quentin Tarantino (Era Uma Vez Em... Hollywood) e Bong Joon Ho (Parasita).

Quem deve levar a estatueta?

O cineasta Leo Arturius vê como grande surpresa a indicação do filme sul-coreano ao Oscar de melhor filme e o destaque dado a filme de HQ, no caso, o Coringa, com 11 indicações ao Oscar e que mostra que tais filmes podem ser mais bem explorados na sétima arte.

“Parasita é um dos melhores filmes que eu já assisti na vida. Sua estrutura de roteiro e direção conseguiram apresentar novos elementos no final da primeira década deste século. Acredito que abra mais portas para os filmes orientais, de todos os países estes são aqueles que mais sofrem a barreira da língua. Suas especificidades culturais, tão distantes de nós, agora podem ser contempladas com mais frequência”, revela, apostando no triunfo do longa oriental na cerimônia.

“Voto em Parasita, melhor filme e direção. O cineasta BongJoon Ho tem construído uma carreira de filmes que questionam o nosso mundo, não está preocupado em entretenimento. Deseja que a gente, espectador, saia da sala de cinema diferente de quando entramos. Os filmes Okja e Expresso do Amanhã merecem nossa atenção”, declara Leo.

Contudo, ele acredita que 1917, pela “perfeição técnica”, chame a atenção da Academia.

Para os outros prêmios principais, as apostas deles são em nomes conhecidos do grande público.

“Os meus votos vão para esses: Joaquin Phoenix – Coringa, Scarlett Johansson - História de um Casamento, Laura Dern - História de Um Casamento e Anthony Hopkins - Dois Papas. Acredito que eles tenham apresentado algo a mais do que os demais. São atores com história de muitos altos e baixos na indústria e que merecem esse reconhecimento por terem criado a empatia com seus personagens”, revela.

Por fim, ele ressalva como ponto negativo, a falta de representatividade e indicações de atores negros ao principal prêmio do cinema mundial.

“Em relação a diversidade ficou devendo, a única pessoa negra indicada em categoria de atuação faz papel de uma mulher escrava. A hashtag #OscarsSoWhite volta com tudo e levanta mais uma vez a discussão da falta de representatividade e o velado racismo dos membros da academia. Um evento dessa magnitude, em que se estipula que bilhões de pessoas tenham acesso ao seu resultado, é o momento chave para se levantar as questões da falta de representatividade na indústria e nas premiações. O racismo estrutural está presente em tudo, e, as artes, aquelas que deveriam transcender as mediocridades sociais, ainda não conseguiram”, conclui.


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