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Covid-19: “engravidei na pandemia e minha filha nasceu no auge da segunda onda”

A experiência de quem foi gestante na pandemia e as orientações atuais para quem pretende engravidar

Por Bernardo Fonseca
01/06/21 - 10:51
Covid-19: “engravidei na pandemia e minha filha nasceu no auge da segunda onda” Grávidas não eram consideradas grupo de risco no começo da pandemia | Foto: Banco de Imagem

Na reta final da primeira onda de Covid-19 no Brasil, a fisioterapeuta Lívia Jaccoud, de Nova Friburgo, engravidou de sua primeira filha. O que era um sonho antigo dela e do marido, acabou se tornando realidade no meio da maior pandemia em cem anos. “A gente queria, mas não foi muito planejada a gravidez”, explica.

A filha Marie nasceu no dia 11 de março deste ano, no pior momento da pandemia até agora. “Quando fui fazer o parto, fiquei com muito receio, especialmente de não conseguir ser normal, porque estava no auge de casos da segunda onda”, revela.

“Por outro lado, poder ter ficado em casa durante a gestação foi um fator que ajudou muito. Se eu tivesse que trabalhar fora ou ficar saindo, seria complicado”, complementa Lívia.

E não foi só isso. Ela e o marido, que precisou continuar trabalhando de forma presencial, mudaram a rotina para evitar o contágio pelo novo coronavírus. “Eu não ia em mercado mais, ele que ia. Ele usava máscara o tempo todo, quando chegava em casa, trocava de roupa”, diz.

Atualmente, a precaução se estende à pequena Marie. “A gente toma muito cuidado com ela, e eu sigo evitando de ir à rua”, pondera Lívia.

Grávidas não eram incluídas no grupo de risco

A obstetra Valéria Correa lembra que num primeiro momento da pandemia, não foi observado aumento do risco da Covid-19 em gestantes. Contudo, esse cenário mudou nos últimos meses. “A gente começou a perceber aumento da gravidade nas grávidas sem comorbidade, que passaram a ser enquadradas como grupo de risco”, afirma.

Esse novo protocolo foi adotado pelo Ministério da Saúde, que em abril, também passou a recomendar às mulheres que adiem a gravidez. Em maio, uma nova lei entrou em vigor no país garantindo o direito da gestante ser afastada do trabalho presencial durante a pandemia.

No caso de gestantes que tenham comorbidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há chances de a Covid-19 evoluir para uma forma mais grave.

“Quando as mulheres grávidas desenvolvem formas graves de Covid, elas têm mais chances de necessitarem de UTI do que mulheres não grávidas”, alerta Leonam Lucas De Araujo, médico ginecologista e obstetra do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, de Três Rios.

O médico ressalta ainda que antes de engravidarem, as mulheres devem avaliar se possuem comorbidades, se conseguem manter o distanciamento social durante a gestação ou, dependendo do caso, que adiem o plano de gravidez por um ano ou mais.

“Claramente estamos frente ao maior desafio sanitário da nossa geração, onde temos visto gestantes e puérperas sofrerem”, avalia.

Gestante e variantes

Sobre as variantes da Covid-19, Leonam afirma que ainda são necessários mais estudos para concluir se elas são mais graves para as grávidas do que as antigas. “O que já se sabe é que são mais virulentas, ou seja, tem uma capacidade maior de infectar, ainda que isso não necessariamente apresente um aumento no número de casos graves”, ressalta.

Período da gravidez com maior risco

E diante da possibilidade de infecção pelo novo coronavírus, o terceiro trimestre da gravidez é a fase de maior risco para a gestante. O corpo da futura mãe passa por alterações anatômicas e fisiológicas, gerando perigo maior de inflamações pulmonares.

“Também pode haver restrição do crescimento do feto, maior chance de parto prematuro e complicações tromboembólicas, tanto na gravidez quanto no puerpério”, enfatiza a obstetra Valéria Correa.

Gestantes e as vacinas

Outro cuidado para quem está grávida neste momento é com a vacinação. O imunizante da Oxford/AztraZeneca não deve ser tomado por esse grupo porque foi evidenciado um ligeiro aumento de risco de evento tromboembólico. “No momento é recomendada a vacina Pfizer/BioNtech e CoronaVac/Sinovac”, orienta a obstetra.

Cuidado redobrado

Enquanto as futuras mães não forem vacinadas, os cuidados são como o de qualquer pessoa: uso de máscara, álcool gel, lavar as mãos com água e sabão, isolamento e distanciamento social. E em caso de febre, tosse ou falta de ar, procurar auxílio médico.

E para quem já está grávida, a Lívia, lá do início do texto, tem duas recomendações: cuidado redobrado e curtição ao máximo. “Aproveite muito cada momento, pois passa rápido e depois a gente sente saudades”, finaliza.


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