Funcionários do Inmet anunciam paralisação das atividades a partir de sábado; Ministério da Agricultura nega informação
Servidores e contratados denunciam falta de pessoal e recursos

Servidores e contratados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) anunciaram uma paralisação das atividades a partir deste sábado, 15, por falta de pessoal e recursos.
A informação surgiu por meio de um manifesto encaminhado, na última semana, pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e Federação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Fenadsef) ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos, Carlos Henrique Baqueta Fávaro.
No documento, as entidades sindicais sinalizam que essa situação ocorre em um cenário de emergências climáticas, citando as chuvas no Estado do Rio Grande do Sul, o que é “temeroso”.
O Inmet é responsável por informações meteorológicas de todo o país, por meio de monitoramento, análise e previsão de tempo e de clima. Além disso, representa o Brasil na Organização Meteorológica Mundial (OMM).
A carta ainda trata do orçamento do Inmet, que “tem sido insuficiente”, segundo os servidores e contratados:
Desde 2020, o orçamento destinado ao Inmet tem sido insuficiente para manter suas atividades até o fim do ano de exercício, sendo necessário o instituto recorrer a complementos para levar as atividades adiante. Este ano, o orçamento não permitiu ao Inmet chegar sequer ao fim do primeiro semestre.
Em outro trecho, o quadro de pessoal do instituto é citado como “absurdamente restrito’, o que faz com que seja necessário o uso de mão de obra terceirizada em diversos ramos da meteorologia.
Para suprir a necessidade de pessoal qualificado, em 2021, foi firmado um convênio com a Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc) – vinculada à Universidade Federal de Lavras (Ufla) – para contratação de pessoal.
Segundo a carta, esses colaboradores terceirizados “foram pegos de surpresa, assim como todo o quadro operacional do Inmet, com a emissão de aviso prévio que se encerra em meados de junho”.
As pessoas contratadas pelo convênio Fundecc representam o seguinte contingente do instituto, de acordo com o manifesto:
60% dos meteorologistas operacionais (previsores) e 100% dos analistas de sistema que mantêm toda a estrutura do instituto, contempla ainda 50% da assessoria de comunicação nacional e 100% da internacional, do já extremamente defasado quadro de pessoal.
Ao finalizar a carta, as entidades solicitam uma reunião emergencial de representantes do Inmet com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O Portal Multiplix entrou em contato com o ministério, que negou a paralisação:
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) esclarece que não procede a informação de uma possível paralisação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Além disso, cabe destacar que o Mapa está sempre à disposição para dialogar com qualquer ente interessado sobre o tema, bem como estamos atentos a toda e qualquer divulgação equivocada e/ou de conteúdo que promova as Fake News.
Ainda na nota, o Mapa reconheceu o papel do Inmet como “fundamental no monitoramento climático e na resposta a tragédias naturais” e falou sobre a continuidade do órgão:
A continuidade e a eficácia dos serviços do Inmet estão entre as prioridades do Mapa, garantindo que o instituto siga desempenhando sua missão de fornecer dados meteorológicos precisos e confiáveis, contribuindo assim para o combate às mudanças climáticas e para a segurança da população.
A reportagem também solicitou informações ao Instituto Nacional de Meteorologia, mas não teve retorno.
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