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Entenda as suspeitas que levaram à operação que mira supostos desvios no governo estadual

Polícia Federal fez busca e apreensão em endereços ligados ao governador do Rio e a ex-membros da Secretaria de Estado de Saúde (SES)

Por Matheus Oliveira
26/05/20 - 14:55
Entenda as suspeitas que levaram à operação que mira supostos desvios no governo estadual Palácio Guanabara foi alvo de busca e apreensão na manhã desta terça-feira | Foto: Reprodução/Fernando Frazão (Agência Brasil)

A suspeita de corrupção na contratação de uma empresa para construir hospitais de campanha, inclusive o de Nova Friburgo, na Região Serrana, levou a Polícia Federal a deflagrar a Operação Placebo, na manhã desta terça-feira, 26. Com agentes vindos de Brasília, a operação realizou buscas e apreensões de documentos, celulares e computadores em diversos endereços ligados ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Os mandados foram autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)

As investigações foram iniciadas pela Polícia Civil do Rio em conjunto com os ministérios públicos Federal e Estadual e apontaram indício de corrupção na contratação da organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para montar os hospitais de campanha no estado devido à pandemia do novo coronavírus.

Um dos motivos para a operação ocorrer foram escutas de seis horas, feitas na semana retrasada, por promotores estaduais, do ex-subsecretário estadual de Saúde Gabriell Neves.

Entre os endereços de busca da PF, além do Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador fluminense, estavam a casa de Wilson Witzel, no Grajaú, Zona Norte do Rio de Janeiro; o Palácio Guanabara, sede do governo estadual; o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, no Leblon; e nos endereços do ex-subsecretário estadual de Saúde Gabriell Neves, preso em outra operação, em 7 de maio, e do ex-secretário estadual de saúde, Edmar Santos.

A Polícia Federal também esteve na sede da organização social Iabas, na área Central do Rio.

A OS emitiu nota em que afirma que "forneceu às autoridades todas as informações e documentos solicitados e está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos".

O governador Wilson Witzel disse, em nota, que não teve qualquer participação nas supostas irregularidades alegadas. “Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal", disse.

Witzel ainda acusou a operação de ter caráter político. "Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada", acusou.

O chefe do Executivo fluminense afirmou que está à disposição da Justiça. "Meus sigilos estão abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o estado do Rio de Janeiro", finalizou.

Montagem dos hospitais de campanha

Vale lembrar que o hospital de campanha de Nova Friburgo tinha inauguração prevista para o final de abril, sendo adiada pela primeira vez para o início de maio, depois para a segunda quinze deste mês. E, por último, a data da inauguração foi novamente modificada e passou para 7 de junho.

Nos dias 6 e 7 de maio, o Ministério Publico Federal (MPF) realizou inspeção no hospital de campanha de Nova Friburgo, instalado no Ginásio Esportivo Frederico Sichel, localizado no distrito de Conselheiro Paulino. O objetivo da ação foi apurar as causas do atraso na abertura do hospital, conforme noticiado com exclusividade pelo Portal Multiplix no dia 1º de maio.

No estado ainda faltam ser entregues outros cinco hospitais de campanha, nas seguintes datas:

  • 27/05 - São Gonçalo
  • 29/05 - Nova Iguaçu
  • 01/06 - Duque de Caxias
  • 12/06 - Campos dos Goytacazes
  • 18/06 - Casimiro de Abreu

Denúncias

Entre os outros indícios apurados e que levaram à operação de busca e apreensão estão o fato de que durante a Operação Favorito, no dia 15 de maio, um desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro, foi descoberto um contrato entre o escritório de advocacia da primeira-dama e uma empresa que tem como sócio Alessandro de Araújo Duarte, apontado como operador do empresário Mário Peixoto.

O empresário possui empresas que celebraram contratos com o governo do estado desde os tempos do ex-governador Sérgio Cabral. Mário foi preso na Operação Favorito, no dia 14 de maio, com suspeitas de integrar uma associação criminosa que celebrava contratos na saúde, além da nomeação de cargos em diversos setores da administração estadual.


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