Cresce a violência contra mulher no país; grupos de Friburgo fazem protesto e pedem mais verba para o Crem
Cidade serrana tem índices de violência e feminicídio maiores até do que a capital, segundo o Tecle Mulher, organização sem fins lucrativos, com atendimento nacional e internacional

A 12ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, divulgada na última semana pelo Instituto DataSenado, revela dados assustadores.
O levantamento mostra que 30% das mulheres do país já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por homens.
O número representa mais de 25,4 milhões de brasileiras que já foram vítimas desse tipo violência em algum momento da vida.
O aumento da violência contra a mulher foi de 72% na Região Sudeste.
Foram entrevistadas mais de 21,7 mil brasileiras na pesquisa, que é feita a cada dois anos, em especial pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, celebrado no último sábado, dia 25.
Cartazes foram espalhados em protesto ao orçamento destinado a políticas de apoio à mulher em 2024 | Foto: Divulgação/Tecle Mulher
Protesto em Nova Friburgo
A Rede de Mulheres e o Tecle Mulher, movimentos sociais voltados à atenção a mulheres vítimas de violência em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, se mobilizaram na última quinta-feira, 23, em frente à Câmara Municipal dos Vereadores.
O grupo colocou sapatos femininos na escadaria, representando as mais de 40 mulheres vítimas de feminicídio na cidade.
Foram colocados sapatos com nomes de vítimas de feminicídio nas escadas da Câmara | Foto: Divulgação/Tecle Mulher
O ato protestou contra o valor do Plano Plurianual do orçamento municipal de 2024 para o Centro de Referência da Mulher (Crem).
Segundo o grupo, "um valor irrisório", de R$ 7 mil anuais:
O Crem não tem a atenção e reestruturação que merece pelos governos, desde a sua implantação. Falamos aí de 15 anos! São poucos profissionais [disponíveis] para o atendimento e o carro para locomoção das mulheres vítimas de violência foi remanejado para outro local. É necessária ainda uma mudança da estrutura local e logística e também ampliar um horário para o atendimento das mulheres
trabalhadoras.
Nessa terça, dia 28, o grupo voltou ao Legislativo para pressionar a aprovação de uma emenda, no valor de R$ 153 mil.
Segundo a diretora do Tecle Mulher, Laura Mury, a proposta foi aprovada por unanimidade:
Em 2021, a Câmara aprovou um projeto do Executivo, que permite o remanejamento das verbas de uma secretaria para outra. Esperamos agora que o prefeito aprove sem restrições a LOAS, Lei Orçamentária para 2024, e que ela não seja remanejada para outras secretarias.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura e aguarda um posicionamento do Executivo Municipal sobre o assunto.
Violência contra a mulher em Nova Friburgo
A coordenadora do Tecle Mulher, Laura Mury, disse ainda que vem divulgando e demonstrando, através das suas pesquisas, estudos que revelam que Nova Friburgo tem índices de violência contra a mulher e feminicídios maiores do que a Capital do Estado e da própria cidade do Rio.
Infelizmente, os casos que mais aparecem na mídia são aqueles que acontecem com mulheres que têm vida pública. Isso é válido, porque demonstra que, em todas as classes sociais, a maior para que as leis sejam aprovadas. No entanto, ainda existe um grande desafio dentro de todos os setores da Justiça e segurança para que a Lei Maria da Penha seja cumprida de maneira efetiva.
Serviço
O Tecle Mulher pode ser acionado através das seguintes formas:
Telefone: (21) 99599-1002
O Rede de Mulheres pode ser acionado através das seguintes formas:
Telefone: (22) 99930-4549
Redes Sociais: Instagram
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