Saiba porque as pessoas podem ter Covid-19 mesmo após tomarem a segunda dose da vacina
Veja ainda qual o intervalo de tempo para o corpo produzir anticorpos após a aplicação das duas doses do imunizante

Mesmo com o avanço da vacinação em todo o Brasil e uma parcela da população já vacinada com a segunda dose, surgiram casos de pessoas imunizadas que contraíram a Covid-19, como o governador de São Paulo, João Doria, e da apresentadora de TV, Ana Maria Braga.
Esses casos levantaram questionamentos como: por que os cidadãos ainda se infectam? E quando, de fato, estarão imunes ao novo coronavírus?
Segundo o Instituto Butantan, responsável pela produção da vacina Coronavac no Brasil, nenhum imunizante impede a infecção pelo vírus Sars-Cov-2, mas reduz expressivamente o risco de uma pessoa desenvolver a doença, evitando, sobretudo, quadros graves, hospitalizações e mortes.
Cabe destacar que o mesmo acontece com outras vacinas, como, por exemplo, a contra a gripe.
O pesquisador Raphael Guimarães, da Fiocruz, instituto responsável por produzir no Brasil o imunizante Oxford/AstraZeneca, aponta que os grupos que já tomaram as duas doses vêm apresentando queda nos números de óbitos e casos.
Segundo Raphael, a eficácia geral da Coronavac é de 50,4% e a da Oxford/AstraZeneca de 70%. E, levando em conta apenas os casos graves e fatais, aponta que a eficácia pula para 78% no caso da Coronavac e 100% para a Oxford/AstraZeneca.
Essas opiniões são corroboradas pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
“As vacinas atuam na prevenção, induzindo à criação de anticorpos por parte do sistema imunológico. Reduzem a possibilidade de infecção, porém caso a infecção ocorra, a vacina evitará sua evolução para quadros mais graves e principalmente a morte. É importante saber que há uma demora de alguns dias para esta resposta do organismo. Assim, nos primeiros dias após a vacinação, pode ocorrer tanto a manifestação de uma infecção de alguns dias antes, como também é possível se infectar e transmitir a doença antes que comece a produção de anticorpos. Por isso, é fundamental manter as medidas de prevenção e higiene”, informa o conselho em seu site.
O Conass ainda destaca que após a primeira dose, é necessário manter e respeitar as medidas de distanciamento social, seguir utilizando máscara e álcool em gel, respeitando o intervalo até a aplicação da segunda dose. E, mesmo depois da aplicação da segunda dose, os cuidados ainda devem ser mantidos. Isso se explica exatamente porque os imunizantes demoram um tempo para produzir anticorpos.
“No caso da vacina contra a Covid-19, é importante saber que para ser imunizado é necessário tomar as duas doses da vacina. A segunda dose deve ser aplicada num intervalo de 14 a 28 dias em relação à primeira dose, no caso da Coronavac, e de 90 dias no caso da AstraZeneca”, destaca o Conass.
De acordo com o Instituto Butantan, em geral, em duas semanas após a segunda dose da Coronavac, as pessoas estarão protegidas, pois esse é o tempo que nosso sistema leva para criar anticorpos neutralizantes, que barram a entrada do vírus nas células.
Segundo especialistas, o período de 15 dias para a produção de anticorpos após a imunização também serve para os imunizantes da Pfizer, Jansen (dose única) e AstraZeneca.
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