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Médicos realizam primeira cirurgia de reversão de Parkinson de Nova Friburgo

Equipe de hospital particular da cidade fez o procedimento inédito em uma mulher, que teve melhora total logo após a intervenção

Por Luisa Machado
04/04/19 - 15:36
Médicos realizam primeira cirurgia de reversão de Parkinson de Nova Friburgo Paciente recupera movimento normal logo após a cirurgia | Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira, 4 de abril, é comemorado no Brasil o Dia do Parksoniano. A data é utilizada para conscientizar a população para os riscos, sintomas e também sobre as formas de tratamento do Mal de Parkinson, que evoluem constantemente. A doença é um processo neurodegenerativo que atinge cerca de 1% da população mundial após os 65 anos, segundo informações da Organização Mundial de Saúde.

Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, um grupo de seis neurocirurgiões trabalham para que o tratamento dessa doença seja uma realidade para os diagnosticados. No dia 13 de setembro de 2018, no Hospital São Lucas, esses especialistas realizaram a primeira cirurgia de reversão da doença de Parkinson do município. O procedimento aconteceu através de uma técnica conhecida como Estimulação Cerebral Profunda.

Segundo o doutor João Luiz Olyntho, neurologista que participou da realização do procedimento em Nova Friburgo e faz o acompanhamento da paciente, 98% dos casos da doença são tratados apenas com remédios e, apenas em casos especiais, a cirurgia é indicada.

É colocado um estímulo elétrico no núcleo que controla a tonicidade da musculatura do cérebro. A cirurgia é realizada com o paciente acordado para que possamos obter informações quanto à funcionalidade do tratamento. Um tipo de marca passo é colocado na região do tórax e, conforme o eletrodo é posicionado, os movimentos involuntários do paciente vão diminuindo.

Normalmente, para receber o tratamento cirúrgico, são estudados fatores como a idade do paciente e a ausência de demência. O paciente deve ter a doença em estágio moderadamente avançado – mais de cinco anos de diagnóstico - e estar em bom estado de saúde.

“Nesse caso, a paciente indicada estava na faixa dos 40 anos, já fazia uso de medicamentos e tinha necessidade dos movimentos especialmente por questões profissionais. O resultado da cirurgia é instantâneo, muitas pessoas não ficam livres dos remédios, mas a melhora na qualidade de vida é indiscutível.”

Cirurgia de reversão da doença de Parkinson é realizada com o paciente acordado Cirurgia de reversão da doença de Parkinson é realizada com o paciente acordado | Foto: Divulgação

Atualmente, a cirurgia é disponibilizada pelo SUS para casos raros, por conta do alto custo e também de sua complexidade. Informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro mostram que, pela rede pública estadual, a cirurgia é disponibilizada apenas pelo Hospital do Cérebro e mediante uma série de procedimentos para saber se o paciente está qualificado a receber o tratamento. Segundo o Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (NERJ), o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho também realiza a cirurgia, ocasionalmente.

Doença de Parkinson

O Mal de Parkinson é ocasionado pela falta de dopamina no organismo. A doença atinge o sistema nervoso central e compromete, na maior parte das vezes, a coordenação motora e cognitiva do paciente. Ela limita os movimentos das mãos, braços e pernas, podendo afetar também a fala e até a capacidade de respiração. A enfermidade é mais comum em idosos, embora casos raros apareçam em pessoas mais jovens.

O diagnóstico da doença de Parkinson é dado através da análise de exames como eletroencefalograma, ressonância magnética e tomografia, somado ao acompanhamento do histórico clínico do paciente. Geralmente, sintomas como tremores, rigidez nos membros, lentidão nos movimentos ou alterações na fala são comuns no paciente que possui a doença.

Para a Associação Brasil Parkinson, ainda não há cura para a doença, mas diversas formas de tratamento são oferecidas para o paciente que a adquirir. A Levodopa, por exemplo, foi o primeiro princípio ativo voltado para esse distúrbio e, quando descoberta, imaginou-se que ela levava à cura. Ela, inclusive, desacelerou os estudos a respeito de cirurgias funcionais. Com o passar dos anos, foi percebido que era necessário um aumento das doses do remédio para que os sintomas fossem aliviados, então, novos medicamentos entraram no círculo de tratamento do paciente com a doença.

Hoje em dia, são mais de 10 medicamentos que podem ser utilizados para controlar e retardar o progresso da doença no organismo humano, além da possibilidade, cada vez mais acessível, de receber o tratamento cirúrgico.


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