Frio chegando é sinônimo de aumento nos casos de alergias respiratórias
Crises de rinites estão entre as principais ocorrências diante da proximidade do inverno

Crises de coceiras nasais, espirros, entupimento, coriza. A mudança de estação começou e, além de trazer a queda de temperatura, traz também, a reboque, o clima seco e frio, especialmente no inverno, propício às alergias respiratórias como a rinite, sinusite e faringite.
Segundo o alergista respiratório Thiers Marques, a mudança de temperatura e o ar seco pioram a rinite. “Há uma reação nasal com coriza e entupimento porque o ar seco resseca a mucosa e é um fator irritante para o nariz. Além do mais, quando esfria, muitas vezes as pessoas pegam uma roupa que estava guardada, mofada, para usar, sem ter lavado ou colocado ao sol, e esse mofo tem ácaros, que são alérgenos respiratórios”, explica.
Os ácaros são os alérgenos que mais provocam alergias respiratórias. Seres minúsculos, alojam-se em colchões, tapetes, almofadas, sofás, pelúcias, roupas de camas e lugares úmidos em geral. Reproduzem-se rapidamente e alimentam-se de escamas de pele humana e de animais.
Camila Santos, 21 anos, estudante de jornalismo, tem rinite alérgica e diz que nesta época usa descongestionante nasal por várias vezes ao dia, e quando a crise aperta, repete o uso em curto período. “Sempre ando com lencinhos. Mas o maior salvador da pátria é o descongestionante nasal. Sei que faz mal demais, dá arritmia. À noite, para dormir mais tempo, costumo fazer nebulização usando soro fisiológico, caseiro ou o de farmácia”, diz.
Em relação ao uso contínuo de descongestionantes, conhecidos também como vasoconstritores nasais, Thiers alerta que causam dependência e podem provocar rinite farmacológica, fazendo com que o organismo precise cada vez de uma quantidade maior de remédio para dar resultado e, a longo prazo, podem danificar a mucosa nasal além de outros problemas mais sérios.
O alergista respiratório explica que na Região Serrana, mesmo em casas que pegam sol, as roupas e sapatos mofam. E a rinite pode se complicar e se tornar uma sinusite ou uma faringite. “A rinite pode ser o começo de outros problemas. O nariz entope à noite e também provoca coriza, coceiras nos olhos e ouvidos. Com a sinusite, há o entupimento nasal noturno e a pessoa acaba tendo que respirar pela boca. Com o ar entrando pela boca, há a inflamação da faringe".
Diante desse clima de propensão a alergias, em que as pessoas ficam muito trancadas e se agrupam em lugares fechados, podendo contrair viroses respiratórias, Thiers Marques diz que há pessoas incólumes às alergias e outras que são alérgicas por herança genética que, independentemente do clima, apresentam restrição a perfumes, materiais de limpeza, animais, tapetes, carpetes e lã.
Quanto aos tratamentos, o alergista diz que primeiramente é importante hidratar as narinas com soro fisiológico várias vezes ao dia. Há o tratamento sintomático, em que são utilizados os antialérgicos, corticoides nasais, e há, também, o que pode ser feito por imunoterapia, com a aplicação de vacinas injetável semanalmente e a sublingual, voltada para crianças depois da constatação da alergia.
Cuidados com o ambiente
Manter o ambiente limpo e arejado, para não favorecer a proliferação dos ácaros, é uma medida eficaz de prevenção. Recomenda-se também evitar ambientes fechados que possuem a aglomeração de pessoas e lavar regularmente os colchões, travesseiros e roupas de cama com água quente. Em caso de crise, a recomendação é que o paciente seja submetido ao acompanhamento médico.
Rinite, sinusite e faringite
A rinite alérgica é definida como uma doença sintomática do nariz, decorrente da reação inflamatória mediada por anticorpos e se manifesta após a exposição da mucosa de revestimento da cavidade nasal ao alérgeno envolvido. Os sintomas são obstrução nasal, coriza, espirros e prurido nasal - são reversíveis espontaneamente ou com tratamento.
A sinusite é uma inflamação da mucosa dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos. Ela tem como sintoma ardência e irritação na garganta, febre baixa, mal-estar geral e indisposição.
A faringite é uma inflamação na faringe, um órgão que fica na nossa garganta. Quando a faringe está inflamada a pessoa sente irritação, dor, coceira, desconforto na região, entre outros sinais.