Friburgo vai receber projeto cultural 'O Corpo Negro' com programação na praça e no Sesc
Projeto terá mostra de filmes, oficinas e espetáculos de dança; confira as atividades
11/05/23 - 16:32
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Começa nesta sexta-feira, dia 12, o projeto cultural ‘O Corpo Negro’, realizado pelo Sesc RJ, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio.
A programação é gratuita e conta com mostra de filmes, oficinas e espetáculos de dança, que irão ocorrer na unidade do Sesc e também no centro da cidade.
O filme ‘Damas do Samba’ vai ser exibido no teatro da unidade, às 14h, e também às 19h. A obra retrata a presença feminina na criação, manutenção e perpetuação do Carnaval carioca.
São musas, compositoras, passistas, madrinhas, carnavalescas, mulatas, intérpretes e até mesmo operárias que formam um painel de cores, sentimentos e sons na representação dessa cultura.
Ainda no teatro do Sesc, acontece a apresentação do espetáculo ‘Motiró’, da Cia Favela. O grupo traz ao palco uma desconstrução de movimentações.
Os bailarinos, com suas linguagens corporais reunidas, propõem uma nova movimentação, enaltecendo a importância da coletividade.
A palavra ‘Motiró’ significa, em tupi-guarani, a união de pessoas para a colheita ou construção de algo. A apresentação será no sábado, dia 13, às 20h.
No domingo, 14, das 9h às 12h, os coreógrafos Douglas Barreto e Wagner Faria, da Cia Favela, vão oferecer uma oficina de dança aberta ao público em geral, com uma introdução às bases das danças Hip Hop.
Já nos dias 17,18 e 19 de maio, das 18h às 21h, o mestre Manoel Dionísio, um dos principais nomes do samba carioca, vai realizar oficinas de mestre-sala e porta-bandeira.
Minas do Samba, Ginga Brasil e Jefferson Bilisco vão se apresentar na Praça Demerval Barbosa Moreira | Foto: Divulgação/Sesc
As apresentações de dança continuam na semana seguinte, na praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro.
No dia 24 de maio, a partir das 15h, a praça vai receber três performances com o tema samba: o espetáculo ‘Sambando’, com as Minas do Samba; a apresentação ‘No batuque do ziriguidum’, com Ginga Brasil, e ‘O corpo que habita o terno’, com o bailarino Jefferson Bilisco.
O festival termina com a mostra audiovisual no dia 26 de maio, quando vai ser exibido o documentário ‘Congar,’ às 14h, que registrou a viagem do Reinado de Nossa Senhora do Jatobá, de Belo Horizonte para o Rio, para apresentação no festival, no ano passado.
A obra mostra diferentes gerações da irmandade, que levam consigo os seus ritos e celebram juntos a fé, a memória e o tempo.
Já às 19h, será a vez dos curtas ‘Ilhas de Calor’, ‘Elegbará’ e ‘Só Sei Sentir’.
Os ingressos para os espetáculos devem ser retirados antecipadamente no Sesc.
O analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ, André Gracindo, falou sobre a importância do evento, não só para Nova Friburgo, mas para todo país:
Mais do que uma ação afirmativa, que contribui para um ambiente justo e socialmente igualitário, o festival busca celebrar a contribuição desses artistas, em todo o país, para a dança. Durante um mês inteiro vamos parar unidades do Sesc no estado e mobilizar cidades para discutir dança e a urgência do combate ao racismo estrutural no setor cultural.
Além de Nova Friburgo e do Rio, a programação do festival ‘O Corpo Negro’ se estende até 28 de maio nas cidades Nova Iguaçu, Niterói, Petrópolis e Volta Redonda. A programação completa pode ser conferida no site do Sesc.
Artistas negros selecionados por edital público
O festival de dança ‘O Corpo Negro’ começou no dia 29 de abril, no Rio, com apresentação gratuita de espetáculos criados e executados por artistas negros e negras.
Realizado pelo Sesc RJ, o evento chega a sua terceira edição com mais de 90 apresentações, shows, mostra audiovisual, oficinas e debates, ao longo de um mês, selecionados por meio de um edital público.
A seleção dos artistas por meio de um edital afirmativo e inédito de dança para todo o Brasil tem o objetivo fortalecer o segmento, gerar empregabilidade e proporcionar um espaço de visibilidade para os seus trabalhos.
Foram destinados R$ 690 mil às produções, selecionadas no ano passado. De acordo com Gracindo, o projeto quer ser o ponto de partida para mais protagonismo negro na cultura brasileira.
O evento colabora com as discussões sobre como o racismo estrutural passa pela e com a necessária implementação de ações coletivas de outros setores da sociedade.
Gracindo reforça a importância da conscientização e da luta contra o racismo:
Que essas experiências produzam novas consciências sobre os processos históricos e as nossas responsabilidades pessoais e coletivas com a transformação da sociedade contra o racismo nas suas manifestações cotidianas.
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