Games se transformam em opção de entretenimento em meio à pandemia da Covid-19

A pandemia do novo coronavírus mudou a rotina de todo o mundo. Com mais tempo em casa, novas atividades e hobbys passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Entre elas, a de ser um herói da Idade Média ou jogar com Messi e Cristiano Ronaldo nos principais campos do planeta. E isso só é possível através do mundo dos games, setor de entretenimento que teve aumento da demanda em meio à pandemia de Covid-19.

Para se ter uma ideia dessa maior procura por games e consoles durante a pandemia, a maior plataforma brasileira de venda digital para computadores, a Nuuvem, teve um aumento de 150 % no consumo de jogos na comparação entre os dez primeiros meses de 2019 e 2020.

Já a Sony, que produz o Playstation, teve um aumento de 83% nas vendas dos dois últimos anos, segundo levantamento do site da loja especializada Epic Games.

Para saber como os games ajudaram as pessoas a relaxarem neste período, conversamos com o gerente-geral da Brasil Game Show, a maior feira de games da América Latina, Renan Barreto.

Ele aponta que, no Brasil, as pessoas aumentaram em 20% o tempo em que ficaram jogando de forma online. Barreto indica ainda que este era um caminho natural pela necessidade de as pessoas ficarem isoladas.

“Os jogos foram fundamentais para que as pessoas pudessem passar o tempo com qualidade. Aumentaram, então, os números de downloads de jogos - especialmente os mobile - e o tempo médio de jogo. Um exemplo do impacto do tempo de isolamento e distanciamento social são os dados mostrados pela Comscore. Na Espanha houve um aumento de 44% de tempo jogado em jogos online. O Brasil, por sua vez, teve um aumento de 20%. Entre janeiro e agosto de 2020, antes do lançamento da nova geração de consoles e das novas placas de vídeo, o mercado brasileiro já tinha registrado alta em vendas de consoles e de computadores otimizados para jogos, fechando o ano com o setor muito aquecido”, declara.

Ele diz que a busca pelos jogos atingiu todas as faixas etárias e que a comunicação virtual também ajudou a encurtar distâncias em meio à pandemia. Renan Barreto ainda detalhou quais games estão em evidência e foram os mais procurados.

“Os jogos Battle Royale (jogos em que dezenas de pessoas precisam lutar e onde apenas sairá vencedor) e os FPS (jogos de tiro e primeira pessoa) continuam sendo muito jogados. Eles se mostram como experiências sociais incríveis e que ajudam a estreitar os laços entre as pessoas. O foco pode pender do competitivo ao casual”, revela o diretor da Brasil Game Show.

No segmento dos esportes, um dos games mais vendidos de 2020 foi o Madden NFL 21, jogo oficial da liga de futebol americano. Outros jogos populares são Fortnite e Free Fire.

Por fim, Barreto relata que os games, além da competitividade e aprendizado, tiveram um papel lúdico que ajudou a melhorar o psicológico das pessoas ao redor do mundo.

"O caminho é difícil, mas os games mostraram que há um impacto positivo muito grande. O melhor de tudo é que basta ter um celular para poder começar a jogar. Há centenas de jogos gratuitos que podem ser jogados em casa e na companhia de amigos, mesmo que virtualmente. Com a diversão inerente ao ato de jogar aliada à comunicação com amigos através deles, viver em período de pandemias se torna algo mais suportável”, destaca antes de completar.

“Também há jogos que podem servir para aqueles que querem se manter em forma. Há outros que trazem histórias densas concebidas de maneiras mais complexas do que filmes conhecidos. Viver a Brasil Game Show, por exemplo, é esse misto de amor aos jogos e de reconhecer o papel deles nesse momento tão conturbado. O importante é entender que vamos passar por isso separados fisicamente pela imposição das circunstâncias, mas juntos nos jogos eletrônicos. Se tem algo que os jogos nos ensinaram ao longo dos anos foi ter persistência para seguir em frente. Para cada Game Over sempre haverá um Continue”, conclui.

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