Um novo desafio à frente do Friburguense

Uma carreira dedicada ao clube da cidade que o adotou e que agora lhe apresenta um novo desafio: o de levar a equipe de volta para a elite do futebol carioca. Este é o tamanho da responsabilidade de Ricardo Jerônimo, o Cadão, como técnico do Friburguense na disputa da Série B1.

Natural de Três Rios, Cadão atuou no Friburguense por quase 20 anos, se transformando em um dos símbolos da equipe, liderando dentro de campo as campanhas mais vitoriosas do clube serrano no período. Em 2018, o plano era seguir atuando pelo tricolor da serra, mas devido a uma fratura e com a necessidade de o clube buscar um novo treinador, ele assumiu o desafio de comandar a equipe na segunda divisão carioca.

“Na verdade, tinha pretensão de jogar, fraturei a perna, porém, segui com a ideia de prolongar a carreira. Mas, com o decorrer do tratamento e as dificuldades de recuperação casando com a necessidade da equipe, esperamos um tempo e decidimos. Já tinha comandado a equipe como interino, nos dois últimos jogos do ano passado”, declarou. Ele completou, contando como vem sendo a convivência com os antigos companheiros e agora comandados.

“Eu sou amigo de todos e eles jogaram comigo, então a amizade não se perde, mas na hora do trabalho existe o respeito à hierarquia. Na hora de falar sério e passar instruções, eles respeitam e todo mundo escuta o que falo. Estamos passando nossa metodologia e eles estão absorvendo bem, rendendo de forma satisfatória neste começo de temporada”, destacou.

O Friburguense apostou na mescla entre jogadores experientes como Sérgio Gomes, Bidu e Ziquinha com garotos da base para fazer bonito nesta temporada. Cadão detalhou como foi a preparação da equipe. O time contratou os laterais Dieguinho e Wallace Camilo, ex-Resende, o meia Juninho e o atacante William, ex-Olaria.

“Foi bem tranquilo, já tínhamos 80 por cento do grupo formado, com Sérgio, Bidu, Ziquinha e os meninos da base. Contratamos jogadores que conhecíamos de jogar contra no futebol carioca. E trabalhamos a equipe na pré-temporada. A base já estava pronta desde o ano passado. Com certeza, isso ajudou no entrosamento da equipe, pois a maioria já se conhece. Agora, temos que transformar em resultado”, contou.

O treinador do time local vê a equipe com chances de conquistar o acesso para a Série A do Estadual.

“Considero o grupo na briga como todos os outros. Não somos melhores e nem piores, as equipes são parelhas. E o que destaca o time são o trabalho, a entrega e a união. Isso que fará a diferença. Na minha concepção, esse entrosamento pode fazer a diferença, porque o torneio está nivelado”, contou.

Se adaptando na nova função, Cadão não titubeou ao ser questionado sobre o qual função é mais difícil.

“Sem dúvida nenhuma, é ser treinador. Dentro de campo, a gente pode ajudar de alguma forma, agir para mudar uma situação. Como técnico, a gente orienta, mas tem que assistir de fora. Em muitos momentos queria estar na área cortando cruzamento”, revelou.

Sobre uma ideia de jogo pensada pelo treinador Cadão, ela não foge de suas caraterísticas como zagueiro.

“O estilo de jogo que busco para a equipe é de muita marcação na saída de bola para recuperar a bola e ficar com a posse, sem correr riscos. Podem esperar um time guerreiro e agredindo os rivais. Como inspiração, tenho vários treinadores que trabalharam comigo como o Gerson Andreotti, o Antônio Carlos Roy e o Cleimar. Sempre tiramos algo bom de cada um deles”, finalizou.