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No Peru, moradora de Nova Friburgo relata 24 horas de drama no país

Sabrina Mahler fez postagem nas redes sociais na noite de segunda-feira, 16, pedindo ajuda para a situação dela e da família. Entenda

Por Bernardo Fonseca
17/03/20 - 17:33

De uma hora para outra, milhares de brasileiros no Peru foram pegos de surpresa. Uma decisão do presidente Martín Vizcarra na segunda-feira, 16, fechou as fronteiras do país com o Brasil e determinou quarentena obrigatória à população. O objetivo: frear a proliferação do novo coronavírus. Quem estivesse na nação andina só poderia voltar ao país de origem a partir do dia 1º de abril.

Hoje, 17, o Itamaraty informou que a embaixada brasileira em Lima obteve uma vitória: a autorização do governo peruano para liberar o retorno de cerca de 3.770 turistas brasileiros no país, que viveram momentos dramáticos nas últimas 24 horas.

Uma dessas pessoas é Sabrina Mahler. Moradora de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, ela enviou um vídeo ao Portal Multiplix relatando a situação dela e da família no Peru.

Sabrina conta que viajou ao país da América do Sul para passar oito dias junto ao marido e o filho. E foi justamente o destino próximo ao Brasil que a deixou tranquila diante do aumento no número de casos de covid-19 na Ásia e na Europa.

“Nós já sabíamos do coronavírus, mas o Peru apresentava apenas 70 casos. Nós ficamos supertranquilos em relação a isso porque era na América do Sul”, contou.

Mas tudo mudou na noite de segunda. Ela e os familiares realizavam um passeio na cidade histórica de Cusco quando ficaram sabendo da decisão do país de fechar as fronteiras. Imediatamente, tomaram a decisão de retornar ao Hotel San Augustin, onde estavam hospedados. E aí veio uma nova surpresa.

Quando chegamos no hotel fomos informados de que tínhamos que nos retirar em 1 hora do local porque o estabelecimento ia ser fechado. Fomos, literalmente, expulsos do hotel.

Sabrina conta que suplicou para que o hotel realocasse ela e a família em outro estabelecimento da rede. Sem sucesso inicialmente, ela gravou um vídeo pedindo ajuda e publicou nas redes sociais.

Ainda de acordo com a moradora de Nova Friburgo, em contato com a Embaixada brasileira em Lima foi informado que nada poderia ser feito naquele momento.

Somente duas horas depois, já prontos para deixar o hotel, que Sabrina e a família receberam uma boa notícia: poderiam ir para outra unidade da rede. Mas, com uma condição: deveriam pagar 15 dias de diária adiantadas. Sem ter o que fazer, aceitaram a única opção.

“Tem vários brasileiros que não tem essa condição, estão em aeroportos sem ter como comer e onde dormir. É uma situação desesperadora”, afirmou.

Ainda segundo a brasileira, que tem experiência com turismo, escreve para revistas especializadas, faz roteiros personalizados e mantém uma conta no Instagram com dicas de viagens, não havia condição de seguir o planejamento de férias.

“Nesta terça, está tudo fechado. Só pode sair uma pessoa para fazer compra no mercado, sob pena de multa e até prisão”, relatou.

Na manhã de hoje, quando Sabrina gravou o vídeo que acompanha esta reportagem, o desejo era um só: "Nós aguardamos que as autoridades brasileiras façam alguma coisa junto às autoridades peruanas e nos retirem daqui porque não há condição de ficar mais 15 dias, sem roupa, com comida escassa e com poucos recursos. É muito complicado”, finalizou.

Em contato com o Portal Multiplix no fim da tarde desta terça, Sabrina afirmou estar ciente do acordo feito pelo Brasil com o Executivo peruano para permitir a volta de todos os turistas que estão presos no país. Ela disse que aguarda informações das companhias aéreas.

A reportagem entrou em contato com a rede de hotéis San Augustin Internacional pedindo uma posição sobre o assunto e aguarda retorno.

O que diz o Itamaraty

O Portal Multiplix fez contato com o Ministério das Relações Exteriores a respeito da situação da Sabrina e dos demais brasileiros no Peru.

O órgão enviou a seguinte nota, no início da tarde, antes da decisão que permite o retorno dos brasileiros ser anunciada.

Confira na íntegra:

“A Embaixada do Brasil em Lima está acompanhando a delicada situação dos turistas brasileiros que estão tentando retornar ao Brasil após a decretação do estado de emergência por parte do Governo peruano em decorrência do COVID-19. A Embaixada do Brasil em Lima tem realizado gestões em alto nível junto às autoridades peruanas e às companhias aéreas com vistas a obter autorização para o retorno imediato dos brasileiros que se encontram impossibilitados de deixar o país. Além disso, está solicitando às autoridades locais que atuem junto a associações de hotéis em Cusco para que assegurem a necessária hospedagem aos turistas brasileiros durante esse período.

De acordo com o serviço de migrações do governo peruano, há hoje 3.770 turistas brasileiros naquele país.

Recomenda-se a todos os cidadãos brasileiros naquele país que mantenham a serenidade e observem estritamente as medidas determinadas pelas autoridades peruanas, e que acompanhem a página do Facebook e website da Embaixada do Brasil em Lima (http://www.lima.itamaraty.gov.br ). Situações emergenciais poderão ser tratadas por telefone nos números de plantão consular +51 985 039 263 e +51 985 039 253, preferencialmente por mensagens via WhatsApp. Situações emergenciais são eventos de mais elevado nível de gravidade, tais como acidente, morte, doenças graves, detenção no aeroporto, desaparecimento, prisão, violência doméstica, sequestros e casos similares.”


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