Três poemas sobre encontros e despedidas
Eu sou aquela que tem medo
Eu sou aquela que partiu
Virou sombra
Aquela cuja lembrança se esvaiu
Seu rosto é um borrão com dentes
Um vago som de risadas
Corpo feito de água
Que escapa pelas mãos
Fluindo o tempo todo
Nunca ao alcance de ninguém
Eu sou aquela que fugiu
Cujo nome ecoa até hoje
Sem ser ouvido
Eu sou aquela que tem medo
Gira
a mudança
acontece
de dentro
pra fora.
mas, às vezes,
o fora
muda
o dentro.
giramundo
roda
a gira.
Tiro de flecha
Gritou em meu peito
a liberdade.
Saltou da minha boca,
eu não ouvi.
Tiro de flecha
alcançou o espanto:
chorei,
mas parti.
O Portal Multiplix não endossa, aprova ou reprova as opiniões e posições expressadas nas colunas. Os textos publicados são de exclusiva responsabilidade de seus autores independentes.