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Números de casos de agressão contra a mulher são altos na Região Serrana do Rio

Socióloga aponta motivos que levam os homens a praticarem atos de violência contra suas parceiras

Por Matheus Oliveira
28/01/19 - 11:00
Números de casos de agressão contra a mulher são altos na Região Serrana do Rio Casos de agressão contra as mulheres vêm chamando atenção no Brasil | Foto: Banco de Imagem

Entra ano e sai ano e um número segue em alta entre os principais crimes do país: a violência contra a mulher. Nos casos de feminicídio, foram cinco tentativas e um caso concreto registrados em 2017, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP). Além disso, na área correspondida pela 151ª DP de Nova Friburgo, chamaram atenção os números de estupro, feminicídio, ameaça, injúria e lesão corporal dolosa em 2017, segundo o ISP.

De acordo com os dados do Dossiê da Mulher do ISP, em 2017, último ano disponível, na área de abrangência do 151ª DP - Nova Friburgo, Cantagalo, Duas Barras, Cordeiro, Macuco, Trajano, Madalena e Bom Jardim -, foram cinco casos de tentativa e um de feminicídio registrados.

Por sua vez, os casos de lesão corporal foram 602, enquanto os de injúria 325, os de ameaça contabilizaram 512 registros, no Dossiê da Mulher e o crime de estupro foram 55 em 2017 e 56 em 2018, conforme os dados do ISP.

A professora de sociologia e cientista social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Verônica Barros, apontou os motivos que levam ao fato de crimes contra as mulheres no País terem se tornado corriqueiros.

“Nos dias atuais, conseguimos ter mais transparência e conhecimento dos casos de feminicídio no Brasil. Atualmente, as denúncias são estimuladas, mas sempre ocorreram casos assim. Entretanto, ainda existem muitas que não denunciam. Faço um trabalho de orientação para que elas denunciem a violência e, as mulheres de classe baixa, por falta de conhecimento e dependência econômica, e as de classe alta, por terem uma vida de princesa, preferem manter seu status do que relatar as agressões”, revelou.

Segunda ela, localidades mais distantes como Lumiar, são onde mais acontecem essas agressões. “Nesses locais, para a mulher sair da região, muitas vezes em zonas rurais, ir até o Centro da cidade e denunciar tem que superar a vergonha. Em Nova Friburgo, por exemplo, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher - DEAM não funciona 24 horas por dia”, revela.

Ela ainda traçou o perfil dos agressores: “esses homens são trabalhadores que acham que, por manterem a casa, a mulher é propriedade deles. É uma questão cultural isso. Mas estes agressores morrem de medo de polícia e de passar uma noite que seja na cadeia. Para as mulheres combaterem isso, elas precisam buscar a liberdade financeira e se qualificarem, mas, acima de tudo, denunciar”, conclui.

Em Nova Friburgo, as denúncias podem ser realizadas através da DEAM, que fica localizada na Avenida Presidente Costa e Silva, 501, Centro.

Feminicídio

A palavra feminicídio significa “a morte de mulheres em razão da discriminação do gênero”, ou seja, em razão do desprezo pelo fato de serem mulheres. A palavra foi difundida nos anos 70 pela socióloga sul-africana Diana E.H. Russell (“femicide”, em inglês) com o intuito de destacar as diversas categorias de crimes que representam risco de morte imediata ao gênero. Os exemplos dos crimes de feminicídio podem ser aqueles encobertos por costumes e tradições, apedrejamento de mulheres por adultério e em defesa da honra.

Já, de acordo com estudo assinado por Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela USP, dos 107 casos de feminicídio, 68 casos foram consumados e aconteceram ainda 39 tentativas de agressões.


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