Apreensões de drogas na área do 11º BPM sobem 27,2% no primeiro quadrimestre

A guerra ao tráfico de drogas muitas vezes parece sem fim. Em diversas ocasiões, nas ocorrências policiais e em telejornais, por exemplo, podemos ver como o crime organizado se sustenta através da venda desses produtos considerados ilegais. Tal situação também ocorre em cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro.

Uma moradora de uma das áreas que mais sofrem com a ação do tráfico em Nova Friburgo, o bairro Alto de Olaria, que não quis se identificar, detalhou ao Portal Multiplix como é viver em meio a essa realidade.

“Apesar dos conflitos que existem no bairro, para quem já mora aqui é mais tranquilo porque ninguém mexe com ninguém. O grande problema, que na verdade é solução, é quando a polícia chega. Sabemos que eles estão tentando acabar com o tráfico, mas acabam acontecendo os confrontos. E, agora, ninguém sabe quem é traficante ou gente inocente”, afirmou.

Essa realidade de medo é, de certa forma, confirmada por dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, que não medem os conflitos, mas mostram, por exemplo, que as apreensões de drogas aumentaram consideravelmente nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2018. Os números abrangem a área do 11º Batalhão de Polícia Militar (Nova Friburgo, Cantagalo, Duas Barras, Cordeiro, Macuco, Trajano, Santa Maria Madalena e Bom Jardim).

Segundo o levantamento, foram registradas 327 apreensões de drogas entre janeiro e abril de 2019, enquanto no mesmo período do ano anterior foram 257 casos. No total, foram 70 registros a mais, o que representa um crescimento de 27,2%.

Bairro Alto de Olaria, um dos mais afetados pelas consequências da repressão ao tráfico de drogas | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

As apreensões são divididas em três categorias: posse, tráfico e sem autor.

Nas apreensões ocorridas por posse, na área do 11º BPM, foram 142 casos no primeiro quadrimestre, enquanto no ano passado foram registrados 120. Já no quesito tráfico de drogas, foram 191 casos registrados entre janeiro e abril diante dos 133 casos do mesmo período de 2018. A apreensão sem autor (ex.: entorpecente encontrado em uma mata) foi o único item em que houve queda: em 2018 foram dez apreensões contra nove em 2019.

O porta-voz da Polícia Militar, Major Mattos, explica que os agentes policiais trabalham para coibir o crime nas cidades serranas, mas não justificou o que está por trás do aumento na quantidade de apreensões.

A PM trabalha prevenindo todo e qualquer tipo de ilícito, crime, contravenção, independentemente de ser de alto ou baixo potencial ofensivo. Infelizmente, as ocorrências que envolvem apreensão de droga são as mais comuns, seja pelo tráfico ou pelo uso próprio. Continuamos combatendo e patrulhando a fim de coibir, e, sendo flagrado, de conduzir o material e os envolvidos sempre à delegacia.

Enquanto isso, para a moradora que preferiu não se identificar, o medo permanece.

“Uma vez peguei um táxi para visitar minha avó e me fizeram descer de um táxi, apreenderam (a polícia) o carro, disseram que o taxista estava com algo e foram grossos com meu namorado. Quando acontecem tiroteios ficamos preocupados, pois, apesar de não ser na nossa rua, temos medo de bala perdida.”