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Saúde em Nova Friburgo: problemas e perspectivas

Membro do Conselho Municipal de Saúde destaca importância do fortalecimento na prevenção para desafogar Raul Sertã e UPA

Por Bárbara Storck
20/10/20 - 10:08
Saúde em Nova Friburgo: problemas e perspectivas Desafogar o Hospital Raul Sertã é uma das principais necessidades da saúde em Friburgo | Foto: Arquivo/Frank Martins

Uma das pastas mais importantes da administração de Nova Friburgo e que demanda um maior número de recursos, especialmente em tempo de pandemia, é a saúde. Atualmente, o governo enfrenta desafios como, por exemplo, desafogar o Hospital Municipal Raul Sertã e a UPA da cidade, que são o centro dos debates relacionados à área.

A equipe do Portal Multiplix conversou com o médico, membro do Conselho Municipal de Saúde e representante do Sindicato dos Médicos do Centro Norte Fluminense, Dr. Alexandre Vieira Alves, que explicou sobre as dificuldades do setor.

Segundo ele, o sistema público de saúde é desorganizado e não tem um planejamento estratégico com prioridades bem definidas. Alexandre diz ainda que o foco deveria ser na prevenção e não é isso que acontece.

“É um sistema ineficiente. O grau de resolução dos agravos é baixo. Mantém o foco no assistencial e não nas medidas preventivas de saúde. Um modelo que tem como centro os hospitais que ficam inadministráveis pelo adoecimento progressivo da população. O fortalecimento das ações básicas de saúde pode resolver grande parte dos eventos, evitando a necessidade de hospitalização. O programa de Estratégia da Saúde da Família tem baixa cobertura, apenas 33%.”

E os problemas vão muito além...

“Não temos um programa de assistência farmacêutica bem estruturado que garanta a adesão aos tratamentos, principalmente nas doenças crônicas que são as que produzem maiores agravos. As vigilâncias em saúde ficam permanentemente sobrecarregadas sem poderem executar as ações devidas. O quantitativo de profissionais é muito pequeno. As vigilâncias em saúde têm um papel estratégico no acompanhamento e diagnóstico dos eventos que comprometem a qualidade de vida e promovem adoecimento. Além de tudo nós temos uma ausência absoluta de política de recursos humanos. Não se faz concurso público para saúde há muitos anos. Falta a definição clara dos quantitativos de pessoal que precisamos e qual o perfil de servidor que necessitamos na saúde. É uma bagunça geral! Não se tem um plano de cargo, carreira e salários, que é fundamental para a organização e satisfação do servidor. O servidor é a nossa mão de obra, quem faz girar e funcionar o sistema. É fundamental que a rede de saúde seja toda integrada e com prontuário único”, esclarece Alexandre.

Já na questão administrativa, o médico aponta que não há definição das médias de consumo dos insumos e materiais, e de estoques reguladores.

“Com isso, estamos sempre submetidos à falta de material e com a possibilidade de compras emergenciais que dispensam licitação, que sempre é um mecanismo complicado que serve para alimentar a corrupção.”

Segundo Alexandre, uma maneira de melhorar tudo isso seria dar assessoria jurídica e contábil aos Conselhos de Saúde. “Isso é uma demanda antiga não atendida, comprometendo o exercício de sua função fiscalizadora das ações e do ponto de vista econômico e financeiro da gestão. O que se deseja é que a sociedade entenda o Conselho de Saúde como um fundamental instrumento de defesa de seus interesses, participe das Conferências de Saúde e dispute integrar a composição do Conselho. Interessa a todos o Conselho mais representativo possível e diverso. É um fundamental instrumento na gestão do SUS.”

Quando o assunto é o protocolo que o Conselho tem adotado durante a pandemia, Alexandre é direto. “As decisões do gestor não têm considerado as deliberações e quando se observa as grandes aglomerações na cidade e baixa adesão às medidas preventivas, verifica-se que a política pública não está respondendo a esses desafios que são fundamentais para expansão da epidemia. Deliberamos que para efeito de cálculo de bandeiras, só podem ser utilizados os números de leitos públicos disponíveis. Os leitos dos hospitais privados não são de acesso universal, isto é, para todo cidadão friburguense. Está disponível para os seus usuários, não para a população geral. O Gestor insiste em manter a inclusão dos leitos privados. Temos proposto o rastreamento de contatos, prática antiga e êxitos no controle de epidemias. Todo paciente infectado deve ser rapidamente isolado e seus contatos devem ser acompanhados por pelo menos 14 dias, com alerta de risco e da necessidade de isolamento imediato com o aparecimento dos primeiros sintomas, e na busca pela assistência imediata. Para um bom rastreamento e controle da epidemia, temos que ampliar a nossa capacidade de diagnóstico com as testagens. Temos hoje uma baixa oferta de testes, principalmente o padrão ouro que é o RT-PCR”.

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