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Por que é mais difícil para os idosos permanecerem em isolamento domiciliar?

Psicólogo defende a ideia de repensar atitudes e não alimentar falsos rótulos e estereótipos

Por Redação Multiplix
31/03/20 - 10:12
Por que é mais difícil para os idosos permanecerem em isolamento domiciliar? Durante a pandemia, muitos idosos continuam nas ruas | Foto: Banco de Imagem

Idosos na rua durante a pandemia de coronavírus. Não é difícil ver essa cena em diferentes locais, principalmente nas praças e nos mercados. E a pergunta que vem à cabeça é: por que eles não estão em casa? Pois é. Eles deveriam mesmo estar no isolamento domiciliar, já que fazem parte do grupo de alto risco do novo coronavírus e são mais vulneráveis à infecção.

Mas por que será que para o idoso é mais complicado se manter afastado e permanecer em casa? É teimosia ou falta de acesso às notícias e acontecimentos sobre os casos confirmados que só aumentam mundo afora?

“O problema, na verdade, é mais amplo. Ele tem outros atravessamentos que tocam não só nos idosos, mas que falam de todos nós enquanto sociedade”, destaca o psicólogo Rafael Luz.

A população de idosos é bastante variada e diversa, e essa diferença os coloca na sociedade como mais ou menos vulneráveis, também dependendo de sua história particular.

Um idoso, por exemplo, de um extrato socioeconômico elevado, vai numa outra realidade do que um idoso, por exemplo, com condições mais baixas. Essas questões que vão diferenciar, inclusive, a conduta de cada um. É necessário que a gente faça esse primeiro olhar para poder entender a dificuldade de cada um.”

A população idosa, em geral, tem a necessidade de manter hábitos, pois o grupo da terceira idade está no momento da vida em que boa parte não está mais no mercado de trabalho, então talvez seja importante para essas pessoas manterem-se úteis.

“Entra o papel da família. Pode incluir também a comunidade, das pessoas em torno desse idoso de se corresponsabilizar pelo cuidado dele. Como pensar outras formas dele se sentir útil, ativo, por exemplo, no ambiente da casa? Uma outra questão mais epidemiológica, é que nem os idosos, nem todas as faixas etárias, estão acostumado com essa realidade, não nessa escala, nesse nível”, diz Rafael.

As fake news e as informações inverídicas, que tomam conta das redes sociais e são repassadas em massa nos grupos de WhatsApp, não ajudam na mudança da forma de pensar e agir, especialmente em quem já passou dos 60 anos.

“É a era da pós-verdade, em que o fato e a informação não são mais suficientes para produzir uma mudança. É um processo muito mais amplo, mas que a pandemia do coronavírus pode ser tomada como exemplo. Nos últimos anos, boa parte da população ocidental, e o Brasil não é exceção, está ainda exposta às chamadas ondas das fake news e isso cria e fortalece diferentes visões de mundo”, afirma.

De acordo com o psicólogo, é importante pensar o papel da sociedade, especialmente a família e a comunidade no entorno dos idosos, para não alimentar falsos rótulos e estereótipos.

“A gente faz essa reflexão de que tipo de informação chega até essas pessoas? Nós acabamos alimentando estereótipos e nos isentamos da nossa responsabilidade. É necessário que a gente repense como que estamos lidando com o relacionando com esse idoso. Aí sim a gente pensa uma alternativa, para conseguir fazer com que eles de fato se protejam e protejam os seus”, finaliza Rafael.


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