O que se sabe sobre a produção de vacina no combate ao novo coronavírus?
Confira quais as fases de desenvolvimento de uma vacina e quais estudos foram listados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
12/06/20 - 09:00
A pandemia do novo coronavírus transformou a saúde global, evidenciou fraquezas em sistemas de saúde e transformou em espécie de “corrida armamentista” a busca por uma vacina que torne o mundo imune à doença. Entretanto, o que se sabe sobre essa busca por uma vacina em meio às tantas incertezas sobre o Sars-Cov 2?
Para desenvolver uma vacina, segundo o Instituto Butantan, é necessário que o medicamento, passe por algumas fases como:
- Fase I - é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por objetivo principal demonstrar a segurança da vacina.
- Fase II - tem por objetivo estabelecer a sua imunogenicidade.
- Fase III - Esta é a última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário e tem o objetivo de demonstrar a sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população.
- Fase IV - Vacina disponibilizada para a população.
Vale lembrar que na primeira semana de maio, oito candidatos a vacinas estavam em fases de ensaios clínicos. E que mais de 100 outros estavam em desenvolvimento pré-clínico, ou seja, ainda não estavam prontas para serem administrados em humanos.
Um relatório da Organização Mundial de Saúde, do dia 2 de junho, listava 133 pesquisas de vacinas contra o covid-19. Os Estados Unidos possuem 42 projetos e a China conta com 19.
Entre as principais empresas que estão desenvolvendo o imunizante estão Sanofi/GSX, Oxford/AstraZeneca, Moderna e Sinovac Biotech.
No Brasil, quatro instituições buscam uma vacina para ajudar a combater o novo coronavírus: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais, o Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Butantan. As pesquisas dos dois primeiros institutos são as em que estão em fases mais adiantadas.
A infectologista Délia Engel afirma que são necessários tempo e ciência para desenvolver a vacina, e que são muitas as incertezas sobre o vírus, tornando impossível fazer qualquer projeção.