Estudo revela que vacina de Oxford protege contra variante brasileira da Covid-19
Imunizante está sendo produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz
22/03/21 - 11:58
A vacina de Oxford, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, protege contra variante brasileira da Covid-19. As informações são da coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena (Itália), a médica carioca Sue Ann Costa Clemens.
Segundo afirmou a diretora e médica, na última quarta-feira, 17, o imunizante que está sendo produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demonstrou eficácia em neutralizar a variante P.1 do novo coronavírus.
Essa é a variante brasileira que foi identificada em janeiro, em Manaus, e reage de forma idêntica à variante britânica ao imunizante de Oxford.
De acordo com informações divulgadas pela Fiocruz, a declaração se baseia em pesquisa que ainda não foi revisada por outros cientistas e nem publicada em revista, mas está disponível online.
O estudo contou com a colaboração de pesquisadores da Fiocruz Amazônia e do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Segundo Sue Ann, os pesquisadores esperavam que a variante brasileira se comportasse como a sul-africana, mas “testes indicaram que ela tem comportamento semelhante à britânica, em que há, sim, impacto na neutralização [do novo coronavírus]”.
Em fevereiro, a Universidade de Oxford já havia anunciado que a vacina é eficaz contra a variante do Reino Unido. A médica Sue Ann ainda observa que a eficácia fica acima dos 70% nos casos leves e chega a 100% quando se trata de casos graves e hospitalização.
Mesmo verificando uma pequena perda de neutralização na comparação com as cepas mais comuns, o efeito das vacinas não ficou comprometido em relação à P.1, situação similar à observada para a cepa britânica (conhecida como B.1.1.17).
O trabalho ainda avaliou a capacidade da cepa originada no Amazonas de escapar de anticorpos, não somente os induzidos por vacinas, mas também do soro de convalescente (anticorpos gerados por quem teve a infecção há mais tempo), e os chamados anticorpos monoclonais, que são um tipo de remédio biológico. Os pesquisadores coletaram amostras de soro de 25 pessoas que receberam a vacina de Oxford e 25 que receberam o imunizante da Pfizer.
“As cepas brasileira e britânica se comportam de maneira muito semelhante. No caso da variante britânica, a eficácia caiu pouco, de 80% para 75%. Temos que esperar os estudos de efetividade aqui, mas acreditamos que vá ser um índice parecido para a P.1. É um resultado muito positivo”, comemorou Sue Ann.
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