É seguro fazer sexo durante a pandemia? Sexóloga friburguense explica
Confira se existe risco de contágio e qual é a orientação dada para solteiros e casados em meio ao surto de covid-19
21/04/20 - 11:17
O isolamento social provocado pelo surto de covid-19 em todo o mundo distanciou casais e deixou solteiros sem seus parceiros e ficantes. Isso por cuidado e medo de contágio do novo coronavírus, deixando no ar a pergunta: é seguro fazer sexo na quarentena?
A sexóloga friburguense Dalva Brust destaca que o atual momento conta com repetidos alertas sobre os cuidados com higiene e contato entre as pessoas. No entanto, ela explica que, à exceção da saliva, ainda não se chegou à conclusão sobre o contágio através de excreções como sêmen, lubrificação vaginal, urina ou fezes.
“Estas opções ainda estão em pesquisa. E como falar de sexo sem sêmen, sem lubrificação vaginal ou sem saliva?”, questiona.
Neste impasse, Dalva recomenda o sexo virtual para as pessoas exercitarem a sexualidade.
“A masturbação, onde ousadia e sensualidade comandam a excitação na tela de acesso, será sempre uma opção bem-vinda, seja em que tempo for. Estimula a sensualidade, explora as opções de orgasmo, o fetiche, a liberdade de ousar no comando do prazer, aumenta o autoconhecimento e o conhecimento do que leva o outro ao delírio”, diz.
De acordo com Dalva, muitos têm utilizado filmes para relaxar durante a pandemia, e colocar um filme mais ousado também pode ajudar neste tempo longe de parceiros sexuais. “Vale escolher um filme mais ousado e deixe o corpo surpreender, vocês são os personagens, os limites de si mesmos, brinque com o prazer até que o orgasmo aconteça e aquele relax maravilhoso os faça dormir”, recomenda Dalva.
A sexóloga destaca ainda que mesmo que a parceira ou o parceiro estejam em casa e use camisinha, o risco de contágio ainda existe.
Ah, mas a pessoa está também de quarentena e não deu mole pelas ruas, ou seja, aparentemente está saudável? Ela pode estar no seleto grupo dos assintomáticos. Vai partir para o abraço? Assume o risco e não diga que foi enganado (a), afinal, o que não está ao alcance do cidadão comum, no Brasil, é uma coisa indispensável no controle do covid-19: o acesso ao teste.
Por fim, Dalva destaca que o sexo, independente do período, pode se tornar um momento de prazer e autoconhecimento.
“O que é indispensável é fazer do exercício da sexualidade um momento de vida, de prazer, de autoconhecimento, um gostoso desafio onde as tensões do dia possam ser liberadas e superadas. Sexo é isso, saber receber e saber dar prazer, sem ficarem presos a limites, às repetições, às restrições que limitam o prazer, porque te impedem de exercer a sexualidade como um importante referencial de saúde física e mental”, conclui.