Campanha Novembro Laranja alerta para a saúde auditiva
Até 2050, haverá pelo menos 1 bilhão de surdos em todo o mundo
11/11/20 - 12:10
O mês de novembro também é marcado pelas datas relacionadas à saúde auditiva, como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, no dia 10, e o Dia Nacional de Conscientização do Zumbido, no dia 11.
O Novembro Laranja visa conscientizar a população sobre os crescentes números relacionados à surdez em todo o mundo.
De acordo com um estudo feito em 2019 pelo Instituto Locomotiva, em conjunto com a Semana de Acessibilidade Surda, 10,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva no Brasil. Desse total, são 2,3 milhões com deficiência severa.
Além disso, o estudo também mostra que há 54% de homens e 46% de mulheres com a deficiência auditiva. A faixa etária predominante é de 60 anos de idade ou mais.
Outros dados mostram que apenas 9% das pessoas já nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que a metade antes dos 50 anos.
O estudo também mostra que entre os que apresentam deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos. Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atesta que existem 500 milhões de surdos no mundo. Outros dados revelam que até 2050, haverá, pelo menos, 1 bilhão de pessoas com essa condição em todo o planeta.
Por isso, as campanhas e o mês destinado a conscientização, são essenciais para o diagnóstico da condição.
A chefe do setor de otorrinolaringologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto, médica Aída Regina Monteiro Assunção, associa os primeiros sinais do problema à qualidade de vida das pessoas.
"Um dos primeiros sintomas da perda auditiva é o aumento do volume da televisão e a dificuldade para entender o que estão falando. A pessoa começa a perguntar 'hein?', 'O que?', 'Não ouvi' ou 'não entendi'. Mas existem muitas causas também. A idade, doenças crônicas, exposição a ruído e o uso de medicamentos tóxicos para o ouvido", analisou.
Ela ainda destaca que é preciso adotar cuidados ao higienizar os ouvidos ao não recomendar a utilização dos tradicionais cotonetes.
"Ouvido não se limpa. Diferente de outras partes do corpo, não se deve introduzir nada no conduto auditivo. Hastes flexíveis provocam mais problema. Elas não limpam o ouvido. Aquelas pessoas que têm uma produção de cerume excessiva devem procurar o otorrinolaringologista para remoção periodicamente", analisa a médica.
Além disso, a médica explica que um dos principais problemas que afetam a saúde auditiva é a exposição dos ouvidos ao volume do som, principalmente quando ele está associado aos fones de ouvido.
"Não existe um fone mais ou menos adequado. A questão dos fones é o volume do som. Para proteção, existem diversos modelos e quem trabalha com ruído de forte intensidade precisa usar os protetores tipo concha, que são mais eficazes. Acredito que a exposição a ruídos e o uso indiscriminado de medicações são algumas das razões para o aumento do número de pessoas com problemas auditivos", finalizou.
Pesquisa brasileira:
A pesquisa brasileira foi realizada entre os dias 1º e 5 de setembro com 1.500 brasileiros surdos e ouvintes. Nove em cada dez brasileiros afirmaram ser favoráveis aos direitos das pessoas com deficiência.
A pesquisa indica que a maior parcela de deficientes auditivos está na Região Sudeste (42%), seguida pelo Nordeste (26%) e Sul (19%). Já as regiões Norte, com 7%, e Centro-Oeste, com 6%, detêm os menores percentuais de surdos.
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