Após três dias, profissionais de radiologia do Raul Sertã encerram greve

Após três dias, os profissionais do setor de raio-X do Hospital Municipal Raul Sertã, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, encerraram a greve.

Segundo o técnico em radiologia do Raul Sertã, Adailton Marins, a greve terminou após uma reunião realizada na manhã dessa segunda-feira, dia 10:

“Recebemos a notícia do sindicato que teria uma reunião de tutela de urgência com o Tribunal Regional do Trabalho na manhã de hoje. Entramos online, aqui direto do setor, e foi acordado que a greve deveria ser cessada já que o TRT não reconheceu a greve por que o sindicato é federal e não municipal”, explicou.

A Prefeitura de Nova Friburgo emitiu, na manhã desta terça-feira, 11, uma nota a respeito do caso, em que diz o seguinte:

"Durante a audiência junto ao Tribunal Regional do Trabalho, ficou acordado o fim da greve dos servidores do Raio-X do Hospital Municipal Raul Sertã, já que o Poder Judiciário, durante a audiência, inclusive, considerou que o ato de greve dos servidores foi deflagrado de forma ilegítima, já que os profissionais municipais comunicaram o sindicato federal, sem legitimidade para representação e, consequente, deflagração do ato de greve.

Diante disso, foi acordado o retorno imediato das atividades, já que a paralisação causou um transtorno na rotina hospitalar, atrasando seis cirurgias que estavam agendadas para a última semana, fazendo com que os pacientes fossem remarcados. Ficou acordado, também, que o Executivo não irá descontar os três dias paralisados mediante a esse retorno imediato."

Quanto à reclamação do piso, a prefeitura informou que segundo a legislação estadual número 8.315 de 2019, o piso estadual da categoria é de R$2.512,58, com carga horária de 48h semanal e que, na cidade, os funcionários possuem um salário base de aproximadamente R$1.960,00, com carga horária inferior, de 24 horas por semana.

Entenda o caso:

Os profissionais cruzaram os braços na manhã desta sexta-feira, 7, mantendo o atendimento apenas em caráter emergencial.

Segundo os funcionários da unidade, o setor está completamente sucateado e oferece riscos aos profissionais. Além disso, os técnicos em radiologia do hospital exigem melhores condições de trabalho, salário e o fim da tripla função.

A greve foi anunciada após uma paralisação ocorrida na última terça-feira, 4, em frente à unidade.

Cerca de 30 profissionais se reuniram para comunicar a pausa temporária em 70% dos serviços efetuados pelo setor, conforme determina a legislação da categoria.

Na última semana, o técnico Adailton Marins falou sobre o início da greve:

“Vamos focar no piso da categoria, que são dois salários regionais, mais 40% sobre esse valor. A greve começou oficialmente e será por tempo indeterminado até a gestão abrir conversa”,

Polêmica das cirurgias

Em um vídeo publicado nas redes sociais no dia do anúncio da paralisação, o prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon (Republicanos), afirmou que o setor possui todos os equipamentos e insumos necessários para o pleno funcionamento.

O chefe do Executivo ainda destacou que recentemente foi comprado um equipamento de última geração para ser colocado à disposição dos profissionais de radiologia da unidade. Na ocasião, ele destacou:

“Por conta dessa paralisação nós já tivemos duas cirurgias adiadas. Olha quanto de prejuízo para aqueles que dependem do SUS. Inclusive um prejuízo para os demais profissionais da saúde dentro do hospital."

Mas, de acordo com os funcionários do setor, nenhuma cirurgia será cancelada em absoluto. “Se for uma cirurgia eletiva que, não é um caso de urgência, estando em greve não somos obrigados a fazer”, ressaltou a técnica em radiologia, Paula Casotti, destacando que só serão efetuadas as cirurgias emergenciais.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Nova Friburgo informou que o comunicado do prefeito nas redes sobre o assunto segue mantido como resposta:

"Por ora, o município mantém o posicionamento da nota anterior."

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