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Relação abusiva em BBB é tema de discussão: veja como identificar e evitar esse tipo de envolvimento

Profissionais do Crem alertam sobre o problema e listam as características de um parceiro indesejável

Por Nai Frossard
31/01/23 - 11:31
Relação abusiva em BBB é tema de discussão: veja como identificar e evitar esse tipo de envolvimento Relacionamento abusivo pode ser caracterizado de várias formas | Foto: Banco de Imagem

Você já sofreu ou conhece alguém que tenha passado por um relacionamento abusivo? O assunto ficou em alta depois que o apresentador Tadeu Schmidt deu uma ‘bronca’ em um dos participantes do Big Brother Brasil sobre o comportamento no 'reality show' da TV Globo.

Tadeu se dirigiu a Gabriel Tavares e pediu mais cautela em seu relacionamento dentro do programa com a atriz Bruna Griphao.

Os dois eram vistos no reality como um casal tóxico e o assunto levantou dúvidas: afinal, o que é um comportamento nocivo e quais são os sinais de uma relação doentia?

Quando Tadeu Schimidt chamou a atenção sobre o problema, ele frisou: "Quem está envolvido em um relacionamento, talvez nem perceba, mas quem está de fora consegue enxergar quando os limites estão prestes a serem gravemente ultrapassados".

Quais as características desse tipo de relacionamento?

Para a psicóloga Juliana Abicalil Couto, do Centro de Referência da Mulher (Crem), ligado à Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, um relacionamento abusivo pode ser caracterizado de várias formas, seja pela presença de violência física, psicógica, sexual ou patrimonial:

Podemos dizer que as mulheres são as principais vítimas de um relacionamento abusivo, pautado em cima do controle, que pode começar de maneira muito sutil, disfarçada de ciúme protetivo, por exemplo.

A psicóloga explica que isso acontece através de um ciúme excessivo que pode ser disfarçado pelo cuidado; quando o parceiro começa a decidir o que a outra pessoa pode ou não fazer; de regras impostas, como que roupas vestir, onde pode ir, com quem pode ou não ter contato, e, em alguns casos, que trabalhos a outra pessoa pode ou não ter.

Também é nocivo quando há invasão de privacidade, com roubo de senhas, mexer no celular, ler emails e mensagens; instalar programas de rastreamento, e em geral com o pretexto que 'quem ama não tem segredos'; manipulação, uso de chantagem para obter o que quer da parceira; depreciação da parceira, através de humilhações, xingamentos com o objetivo de denegrir a imagem da mulher.

O controle financeiro e o abuso sexual também estão nesse pacote negativo de um parceiro indesejável. Juliana ainda acrescenta uma outra característica desse tipo de relacionamento: a ameaça:

Elas [as ameaças] podem ser dos mais diferentes tipos: tirar o dinheiro, sumir com os filhos, agressões e até ameaças de morte e por fim podemos citar a violência física, como tapas, chutes, socos ou empurrões.

Juliana Couto aponta que na maioria dos casos, a violência é gradual: “começa com xingamentos, humilhações, ameaças e evolui para a violência física, seja ela através de tapas, socos, empurrões, podendo se apresentar ao fim em sua forma mais grave que é o feminicídio”.

Ainda assim, existem casos de mulheres que depois de sofrer algum tipo de abuso e se afastar acabam voltando para o relacionamento. São inúmeros os motivos que podem promover a reaproximação da mulher com seus abusadores, como a falta de apoio social, dependência financeira, medo, ameaças e principalmente, a dependência emocional.

Os homens também podem ser alvos desse tipo de violência, mas, em geral, as formas de violência mais comuns em que o homem é vítima é através de xingamentos, difamações, humilhações do parceiro na frente de amigos ou familiares.

Também está nessa lista o ciúme excessivo, o isolamento social, a vigilância constante, o controle financeiro e as ameaças.

Denúncias

Crem: atendimentos social, jurídico e psicológico às mulheresCrem: atendimentos social, jurídico e psicológico às mulheres | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

A advogada do Crem, Gabriella Grillo, explica que depois que uma situação de violência contra a mulher é identificada, é possível denunciar o fato para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e também por meio do canal de denúncia ‘Disque 180’, que é a Central de Atendimento a Mulher.

Em situações de emergência, ela ressaltou que a Polícia Militar deve ser acionada, através do número 190.

Além disso, em Nova Friburgo, existe o Centro de Referência da Mulher, que oferece atendimentos social, jurídico e psicológico às mulheres em situação de violência.

Quando o abuso é crime?

Gabriella Grillo explica que os crimes mais comuns estão previstos no Código Penal e em outras leis. Ela cita os exemplos:

Ameaça, lesão corporal, crimes contra a honra (injúria, calúnia, difamação), feminicídio, entre outros. Além disso, há a lei 14.188/21 que o crime de violência psicológica contra a mulher incluiu no Código Penal.

Como sair desse relacionamento?

Romper um relacionamento não é tarefa fácil, como lembra a psicóloga do Crem, principalmente uma relação abusiva, que muitas vezes é permeada por ameaças:

Acredito que para tornar o rompimento possível é importante que a mulher conte com uma rede de apoio fortalecida, como familiares e amigos para oferecer acolhimento e não julgamentos.

Em alguns casos, diz Juliana Couto, há a necessidade de um suporte profissional para conseguir enfrentar e superar as consequências da violência:

É fundamental que as mulheres não deixem de contar para a família e amigos se estiverem vivenciando uma situação abusiva.

Ela afirma que o silêncio, por vergonha ou medo, é o que também favorece a violência e dificulta a tomada de decisão pela saída do relacionamento. "A rede de apoio favorece que a mulher vítima reúna melhores condições para dar o passo em direção a uma vida sem abusos físicos, psicológicos ou sexuais", finaliza.

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