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Quem faz a cabeça de nossas crianças?

Por Hamilton Werneck
04/02/19 - 09:52

Enquanto percebemos as mudanças ocorridas no mundo depois da década de 70, estamos procurando a cada dia os culpados pelo comportamento das crianças. Sim, elas estão diferentes, e muito, em relação às crianças do passado.

Soluções surgem, de todos os lados, mesmo que o Brasil, após o episódio Nardoni, em São Paulo, tenha desenterrado a estatística de 500.000 casos de agressões contra crianças, a cada ano, alguns provocando queimaduras de terceiro grau e fraturas. Mesmo assim há quem ainda tenha desejos de bater, entendendo ser um meio eficaz de educação.

São variadas as culpas pela falta de educação das crianças. Uns jogam contra a industrialização que aumentou o trabalho do pai, levou a mãe para a fábrica, os idosos para os abrigos e as crianças para o abandono. Outros culpam a natalidade irresponsável, os bondosos avós que acabam criando as crianças e a legislação permitindo a dissolução das famílias. Sabemos que é correto afirmar que a família tradicional brasileira, composta por pai, mãe e filhos e filhas atinge somente 47% do total das famílias constituídas. Há, no país, como em outros pelo mundo, mais uns dez conglomerados familiares criando crianças.

O que desejo afirmar é que as causas da deseducação das crianças não se encontram nessas estruturas. Podem estar aí, sim, mas há um fator relevante, bastante esquecido e que exerce muita influência subliminar e que atrapalha a relação entre pais e filhos, professores e alunos: alguns programas de televisão especializados para crianças.

Na década de oitenta surgiu Pokemón. Foi uma febre. Este desenho proporcionou o desaparecimento da família. Não há família, os pais desapareceram. Não sendo o bastante, os Simpsons têm outro papel mais pernicioso: os pais são apresentados como incompetentes, sem autoridade sobre as crianças e as soluções apresentadas são altamente imbecis. Adolescentes adoram Harry Potter, seja em filmes ou em livros. Nessas histórias quem desaparece são os adultos que para nada servem. Três adolescentes são os heróis de todos os momentos.

Será que alguém ainda acredita que houve uma desconstrução maior que estas? Desaparecem os pais, que são elevados à categoria de alta incompetência, dando lugar à ausência de adultos.

Como esperar que crianças e adolescentes em fase de heteronomia ainda atendam às observações e orientações de adultos, professores, parentes próximos ou pais? Difícil.

A construção de uma sociedade não se faz com um ou outro pilar. A família é dos pilares. No meu entender, o mais importante. No entanto, os meios de comunicação têm responsabilidade crescente, dada a ausência cada vez maior dos pais ou responsáveis dentro de casa. Tem havido uma terceirização da educação das crianças para a telinha da “vaca eletrônica”, aquela que Marshall Mc Luhan afirmava ser capaz de passar a mensagem e fazer a massagem em nossas mentes.

Um só fator não é o culpado. O conjunto, sim, permite as mais variadas desconstruções.


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