Profissionais de enfermagem de Nova Friburgo fazem ato contra suspensão de piso salarial

A manhã desta sexta-feira, dia 9, foi de protesto em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio.

Com balões, faixas nas mãos e vestidos de preto para simbolizar o luto, profissionais de enfermagem da cidade se reuniram em frente ao Centro de Turismo, na Praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro.

Logo depois, o grupo seguiu até a frente da prefeitura, na Av. Alberto Braune, onde gritou palavras de ordem em defesa do reajuste salarial.

A mobilização teve como objetivo protestar contra a suspensão da lei do piso da enfermagem, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em agosto deste ano.

A lei garante, a partir deste mês, um salário de R$ 4,7 mil para enfermeiros e R$ 3,3 mil para técnicos em enfermagem. Os valores devem ser corrigidos, anualmente, com base na inflação.

A medida, no entanto, foi suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, por 60 dias, para cobrar informações acerca do impacto financeiro às entidades públicas e privadas.

Em entrevista coletiva, na quinta, dia 8, Barroso defendeu o reajuste salarial dos profissionais da enfermagem, mas ressaltou a necessidade de uma fonte de custeio:

Minha preocupação é não deixar que um reconhecimento justo e merecido aos profissionais de saúde, que foram incansáveis durante a pandemia, acabe sendo uma ficção, por diversas razões.

Profissionais de todo o país têm se mobilizado em atos de defesa do piso salarial | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

A mobilização contra a decisão do ministro tem acontecido em vários municípios do país. Na última quinta, dia 8, representantes do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SindEnfRJ) também participaram de ato em defesa do piso salarial, em frente à nova sede da Assembleia Legislativa (Alerj), no Centro.

Na ocasião, o presidente do SindEnfRJ, Marcos Shiavo, pontuou que o STF não é inimigo da categoria e que a decisão monocrática de Barroso ainda será avaliada pelo plenário do Supremo. Ele ressaltou que o apoio à categoria não se dá apenas através de aplausos das janelas, mas também por meio de valorização financeira:

Os demais magistrados decidirão a situação e poderão derrubar a liminar.

Luís Roberto Barroso determinou que o caso seja submetido para análise do plenário virtual do STF, para que o restante da Corte confirme ou não sua decisão.

E já nesta sexta-feira, 9, o Supremo começou a analisar se mantém a lei sem efeitos. A previsão é de que esse julgamento só termine no dia 16 de setembro, podendo ser prorrogado, caso tenha algum pedido de vista ou de destaque, o que levaria o caso para um julgamento presencial.

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