Poesia no mundo moderno: desafios e novas oportunidades
No Dia Mundial da Poesia, conheça a poetisa teresopolitana Mariana Mouta
20/03/20 - 11:25
Foi na XXX Conferência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 1999, que o dia 21 de março foi decretado como o Dia Mundial da Poesia. A data foi instituída para homenagear a poesia, além de promover e intensificar culturas e línguas.
A data também visa oferecer oportunidades para que os leitores conheçam os grandes nomes dos poetas mundiais, assim como os novos autores que vão surgindo ano após ano.
Em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, Mariana Mouta é poetisa desde criança. Ela conta que ainda na infância esboçou um livro infantil, ilustrado à mão por ela. Foi a partir de “O Bobe está sem namorada” que ela começou a sua carreira.
“Bobe era meu cachorrinho de estimação, minha inspiração primária. Depois disso fui incentivada por uma amiga, a saudosa Lêda Salgado Góes, admiradora das artes e ativista cultural, a continuar a minha exploração pelo universo literário. Desta iluminação divina surgiram os primeiros versos. E destes, as estrofes iniciais que se entrelaçaram em mil outras mais, em que saciar a sede na fonte inesgotável do vocabulário era tudo o que almejava”, explicou Mariana.
Dizem que o poeta consegue enxergar o que os outros não veem. Para a poetisa, a frase é verdadeiramente correta, além do poema ser instrumento de união e contestação. “O poeta reage aos estímulos do universo de maneira única e transcendental, sentindo intensamente a abstração escondida em cada olhar, apaixonando-se a cada amanhecer, rasgando sua alma a cada momento de inspiração”, enalteceu.
Mas em tempos de tecnologia onde é fácil ter conteúdo na palma da mão, para ler e consumir onde quiser e em qualquer momento, o que de negativo a nova realidade trouxe para a literatura poética? As pessoas estão mais preguiçosas?
“A preguiça nos dias atuais é inevitável e cruel. Ao mesmo tempo que o advento da tecnologia trouxe inovações fantásticas, tais como a proximidade entre os escritores e os seus leitores, a facilidade da obtenção de informações culturais, literárias e artísticas, trouxe, também, a distância daquilo que é palpável como o ato de folhear um livro e se embeber de suas narrações”, destacou Mariana.
A poetisa de Teresópolis não tem livros publicados, mas já participou de duas antologias, devido sua participação no Poesia Livre 2018 – Concurso Nacional Novos Poetas, em 2018 e no mesmo ano o Prêmio Poesia Agora, os dois realizados por editoras.
Atualmente, Mariana é candidata a uma das vagas da Academia Teresopolitana de Letras, ATL. Para ela, a poesia é um refúgio.
“A poesia, para mim, é o refúgio nos momentos de inquietação d'alma, o alimento diário do espírito, o ato de escrever, para mim, é tão orgânico quanto o ato de respirar”, finalizou.