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Nova Friburgo: como está o setor da educação em meio à pandemia de covid-19?

No Dia Internacional da Educação, representantes da categoria analisam a realidade imposta pela crise, e os desafios para professores e alunos

Por Matheus Oliveira
28/04/20 - 16:46 | Atualizada em 29/04/20 - 10:18
Nova Friburgo: como está o setor da educação em meio à pandemia de covid-19? Diante das mudanças trazidas pela pandemia, professores e alunos precisam lidar com uma série de desafios | Foto: Banco de Imagem

O Dia Internacional da Educação é comemorado nesta terça-feira, dia 28 de abril, para celebrar um evento que buscou firmar um pacto universal pela área, o Fórum Mundial de Educação, realizado há 20 anos, em Dakar, no Senegal. A data foi instituída por líderes de 164 países – incluindo o Brasil – e simboliza o compromisso dessas nações com o desenvolvimento da educação até 2030.

Entretanto, em meio à pandemia do novo coronavírus, será que há motivo para comemorar? Para resumir a realidade dos educadores, ouvimos representantes da categoria em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Pedro Monnerat é diretor de comunicação do Sindicato dos Professores de Escolas Particulares (Sinpro) e da regional do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe). Ele conta que a pandemia tem sido sinônimo de mudanças bruscas para os professores.

“Na rede privada ocorreu uma pressa na colocação do ensino a distância. Assim, surgiram várias novas tarefas que não são inerentes ao magistério. E eles tiveram pouco tempo hábil de adaptação”, declara.

“Na rede pública, a principal dificuldade tem sido dar acesso aos alunos, porque muitos não têm internet ou computador para ter aulas a distância. Temos tido ainda dificuldade de conversar com a Secretaria (Estadual) de Educação. Acreditamos que deveria ter ocorrido um planejamento e uma implantação gradual do ensino a distância, ouvindo professores e alunos”, complementa Pedro.

Já Ricardo Lengruber, que é presidente do Conselho Municipal de Educação da cidade e também proprietário de um colégio privado, afirma que o momento é de grande desafio para a classe, mas há pontos que podem ser observados sob uma ótica positiva e outra negativa.

“Em meio à pandemia, tivemos que refazer o planejamento para introduzir as aulas realizadas remotamente. Temos diversas ferramentas para tentar facilitar o acesso como Skype, grupos de WhatsApp e Telegram”, explica. “Como pró, posso colocar o aprendizado com novas ferramentas que deve servir como lição para o futuro”, afirma.

Contudo, Ricardo acredita que implementar o ensino a distância de uma hora para a outra, no meio da crise do coronavírus, não é o cenário ideal. “Especialmente na rede pública, onde estão 70% dos alunos e existe uma dificuldade de acesso. Para os professores, se exigiu uma adaptação rápida aos meios eletrônicos”, destaca.

O professor da rede estadual e doutor em letras vernáculas pela UFRJ, Jander Sá de Araújo, sentiu na mente os efeitos imediatos das mudanças trazidas com a pandemia. Ele diz que a adaptação precisou ser rápida demais e a dificuldade na hora da correção (de exercícios), agora feita individualmente, ficou maior.

Esta pandemia gerou dificuldades. Eu demorei a acreditar em seu impacto e, agora, ela está mexendo com o meu emocional, revela.

Além do impacto para a saúde mental dos profissionais de educação, há também o fator social. Muitos alunos, além de não terem acesso à tecnologia necessária para as aulas online, também dependiam da alimentação fornecida por escolas públicas, por exemplo.

O presidente da Comissão de Educação e Cultura do Legislativo friburguense, Norival (PT) é categórico: “Não temos motivos para comemorar em meio à esta pandemia”, diz. “Estamos buscando respostas e, por isso, estou em contato direto com a Secretaria Municipal de Educação, o Fórum e o Conselho Municipal de Educação”, afirma.

Ainda de acordo com o parlamentar, a Comissão de Educação vai se reunir nesta quarta-feira, dia 29 de abril, às 18h30, para elaborar um documento com uma série de recomendações e cobranças à Secretaria de Educação de Nova Friburgo.

“Neste documento, vamos cobrar um plano de ação da secretaria municipal em conjunto com as resoluções do Fórum e do Conselho Municipal, buscando garantir o salário dos profissionais da categoria e a distribuição de cestas básicas para alunos em situação de vulnerabilidade”, afirma o vereador.

A Comissão de Educação e Cultura é composta pelos seguintes vereadores: Norival (PT), Naim Pedro (DEM), Professor Pierre (PSB), Vanderleia Abrace Essa Ideia (DEM) e Christiano Huguenin (MDB).

Único professor entre os cinco integrantes da comissão, o parlamentar Professor Pierre (PSB) destaca o impacto para quem ensina e relata preocupação com a desvalorização da categoria.

“Impacto enorme por não poder ensinar próximo aos alunos e não controlar o nível de aprendizado. Nossos profissionais de educação já são desvalorizados e agora enfrentam um momento muito difícil. Espero que com essa pandemia, possamos valorizar realmente o profissional de educação”, finaliza.

Secretaria Municipal de Educação se pronuncia

Questionada, a Prefeitura de Nova Friburgo informa que as aulas estão suspensas e que a Secretaria de Educação disponibilizou um site com atividades planejadas para os alunos.

A ferramenta tem o objetivo de oferecer entretenimento pedagógico para que os alunos se mantenham ativos, em contato com conteúdos escolares, sem que isso conte como aula dada.

O material oferecido no site tem sido produzido pela equipe pedagógica da secretaria com a eventual ajuda voluntária de educadores. A pasta destaca ainda que os salários seguem sendo pagos em dia.

Sobre o diálogo com órgãos que representam a categoria e a sociedade, a Secretaria de Educação informa que precisa aguardar as orientações do Conselho Nacional de Educação e do Ministério da Educação, para depois dialogar com o Conselho Municipal.

O Executivo informa ainda que a entrega de cestas básicas para famílias de alunos cadastradas no CAD Único será feita pela Secretaria de Assistência Social.

A reportagem também fez contato com a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc), mas não houve resposta até o momento.


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