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Mulheres pobres enfrentam dificuldades para se manter no mercado de trabalho

Falta de acesso a serviços básicos de saúde e ausência de vagas em creches estão entre os entraves mais comuns

Por Ana Blue
04/10/18 - 18:02
Mulheres pobres enfrentam dificuldades para se manter no mercado de trabalho Falta de acesso a serviços básicos de saúde e ausência de vagas em creches estão entre os entraves mais comuns | Foto: Banco de Imagens

O último censo realizado em Nova Friburgo, em 2010, traz informações, no mínimo, curiosas. De acordo com o levantamento, pouco mais de 53 mil homens estão trabalhando no mercado formal, ao passo que, entre as mulheres, esse número é de pouco mais de 46 mil. Entre os que não trabalham, a diferença se inverte: são 22 mil homens e 37 mil mulheres. Por outro lado, entre os profissionais que exercem atividade intelectual, 3.800 são homens; 5.900 são mulheres.

Um relatório do Fundo de População das Nações Unidas acerca da situação populacional mundial faz o alerta: as desigualdades sociais precisam de atenção urgente, principalmente às que se referem a mulheres mais jovens. A menos que elas sejam empoderadas para tomar decisões sobre a própria vida, os países podem ter que enfrentar graves ameaças à paz e ao cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

Somente metade das mulheres tem emprego remunerado no mundo todo. Mesmo entre as que estão trabalhando, as diferenças não acabam: o salário pago a elas corresponde a 77% do que é pago aos homens. O custo dessa desigualdade, principalmente na saúde e na garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, pode se estender a todos os outros objetivos globais da ONU. A demanda não atendida pelos serviços de saúde, incluindo a questão do planejamento familiar, enfraquece as economias e pode ainda sabotar o progresso já conquistado.

Na maior parte dos países em desenvolvimento são as mulheres mais pobres as mais atingidas pelas dificuldades. A desigualdade já não é mais uma questão de ter ou não, mas de conseguir ou não fazer determinada coisa. Então, se a mulher é pobre, não consegue ter acesso a recursos que lhe permitam o planejamento reprodutivo ou a bons atendimentos de saúde, isso se reflete na habilidade de desenvolver o potencial necessário para integrar a força de trabalho e alcançar poder econômico.

No Brasil, um em cada cinco bebês nasce de mães adolescentes – é a sétima maior taxa de gravidez precoce na América do Sul, com um índice de 65 gestações para cada mil meninas de 15 a 19 anos. Entre elas, de cada cinco, três não trabalham nem estudam; sete em cada dez são afrodescendentes e aproximadamente a metade mora na região Nordeste. Estudos já conectaram a gravidez precoce com uma menor saúde física e mental ao longo da vida.

Ser mãe e profissional nunca foi mesmo uma tarefa fácil. Mas não é só isso. A falta de acesso a serviços como creches também limita as mulheres na busca por emprego. Em todo o mundo, três em cada cinco mulheres não têm acesso à licença-maternidade. Para as que já estão no mercado de trabalho, a discriminação que muitas enfrentam quando engravidam acaba sendo uma espécie de penalidade pela maternidade – o que força, muitas, a escolher entre avançar na carreira ou se tornar mães. Tudo isso não afeta apenas a saúde das mulheres, como também limita suas capacidades de entrar ou de se manter no mercado de trabalho remunerado e afasta a possibilidade de alcançarem independência financeira.


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