Integrantes do Clube do Vinil de Friburgo falam sobre amor por 'bolachões' neste Dia do Disco

Quem diria que as pessoas fossem preferir um dispositivo eletrônico do passado, ao invés de optar por uma tecnologia atual.

Mas isso é o que revela um relatório da Associação Americana da Indústria de Gravação: as vendas de discos de vinil ultrapassaram as de CD, gerando um lucro no mercado de R$ 6 milhões.

De acordo com os dados da associação, a diferença é significativa: foram vendidos 41 milhões de discos de vinil, contra os 33 milhões de CDs.

O fenômeno bateu um recorde, porque isso não acontecia desde 1987. Um exemplo vivo de um aposentado que voltou à ativa.

Para os fãs, o aumento na comercialização reflete a experiência sonora e estética do produto.

Lalá é conhecido como 'presidente' do vinil em Friburgo | Foto: Ronaldo Klein

Os 'bolachões' como são conhecidos os vinis, reúnem apaixonados em todos os lugares. Em Nova Friburgo, existe o Clube do Vinil, desde 2008.

Quem comanda o grupo é Ronaldo Gomes Klein, ao simplesmente 'Lalá', como é chamado pelos amigos.

Eles têm uma sede com seis mil discos, que são tocados em bailes ou quando eles se encontram para confraternizar e curtir o som peculiar da música, misturada com os sons da agulha da vitrola.

Lalá conta empolgado:

Começamos o grupo como uma brincadeira, numa oficina, com uns 20 títulos de vinil, até conseguirmos um espaço e reunir milhares de discos. A gente se reúne, faz comida junto, se diverte. Já fizemos mais de 10 bailes só tocando vinil.

O espaço cultural, como Lalá diz, é perfeito para quem gosta de música. É só pedir uma canção, que geralmente eles acham no acervo.

Hoje, o Clube tem 26 sócios ativos e a paixão passa de pai para filho. Ronny, filho de Lalá. Do envolvimento com música, ele se tornou um DJ:

Fui levado por meu pai, o Ronaldo, que todos chamam de 'presidente' do vinil. Sempre gostei de boa música e o vinil traz muitas recordações. Como DJ, nos bailes, tocamos apenas os vinis e atraímos um bom público.

Os amantes do vinil são nostálgicos e gostam de boa música | Foto: Ronaldo Klein

Para um dos fundadores do clube, Elson de Oliveira, o vinil veio como um resgate:

O vinil chegou de forma espetacular, porque nós revivemos momentos do passado. Temos um cantinho de encontro e colocamos a resenha em dia.

Ele afirma entusiasmado que “vinil é alegria e comemoração”. É nessa reunião de amantes de boa música, com pitadas de nostalgia, que eles acendem um hábito de cultuar relíquias sonoras.

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