Grupo Euclidiano de Cantagalo mantém viva a memória de Euclides da Cunha

Na data em que é comemorado o aniversário de 110 anos de morte do escritor Euclides da Cunha, um grupo de pessoas se reúne frequentemente no município de Cantagalo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, para desenvolver atividades ligadas ao escritor brasileiro.

Euclides, autor de uma das maiores obras da literatura brasileira, “Os Sertões”, nasceu no pequeno município da serra carioca, assim como os primeiros membros do Grupo Euclidiano de Atividades Culturais (Geac).

Em uma ocasião, os alunos tiveram a oportunidade de participar de um dos principais eventos em homenagem a Euclides no Brasil, a Semana Euclidiana de São José do Rio Pardo, no estado de São Paulo, cidade em que o artista escreveu a sua principal obra literária.

“O Geac surgiu em 1995 e foi fundado por estudantes cantagalenses que participaram da Semana Euclidiana daquele ano. Ele tem o objetivo de divulgar a vida e obra do escritor Euclides da Cunha e o movimento Euclidiano em Cantagalo. O Geac participa de eventos culturais euclidianos e, quando convidado, palestra sobre o assunto”, explica Alex Vieitas, presidente do Geac.

A vida de Euclides da Cunha influenciou diretamente a vida de algumas pessoas, como foi o caso de Marcos Antônio Longo, diretor do Grupo Euclidiano cantagalense. Após a morte de um amigo próximo, Marcos Antônio tomou coragem de fazer uma viagem pelas cidades da Bahia que foram palco da seca ilustrada por Euclides da Cunha, no livro “Os Sertões”. A viagem, que era apenas um passeio, mudou o rumo da vida de Marcos.

“Eu e o Rodrigo Piri, amigo de longa data, fizemos todo o planejamento, mas antes da viagem o Rodrigo veio a falecer. Ele me dizia “aconteça o que acontecer, vá para o sertão”. E assim eu fiz, passei 12 dias conhecendo as cidades baianas. Depois disso, visitei o sertão em outra ocasião e nessa viagem conheci uma menina, a Fátima, e começamos a namorar. Ela me dizia, “aconteça o que acontecer, venha pro sertão”, e veio a falecer meses depois. A influência dessas duas pessoas foi muito importante para que eu decidisse me mudar definitivamente para o sertão. Hoje eu vivo na cidade Euclides da Cunha, na Bahia”, conta ele.

Hoje formado por Alex Vieitas, Fernanda Bruni, Marcelo Diniz, Matheus Guzzo e Marcos Antônio Longo, o Grupo Euclidiano, mais do que valorizar a literatura nacional, também conquista um espaço para a divulgação da pequena cidade de Euclides, como conta o presidente, Alex Vieitas.

“É com muito orgulho que levo o nome de Euclides da Cunha e Cantagalo pelos diversos cantos do Brasil, seja fazendo pesquisas, proferindo palestras e divulgando meu livro Tributo a Euclides da Cunha”, conta.