Fotógrafo de Cordeiro cria projeto com as fotografias da quarentena

A pandemia do novo coronavírus trouxe novas experiências ao mundo. Adaptações com o isolamento domiciliar, home office, uso obrigatório de máscara de proteção e saídas apenas em casos de extrema necessidade. Todos tiveram que mudar seus hábitos. Em contrapartida, muitas pessoas buscaram nesse período uma forma de ajudar o próximo, seja com projetos sociais, lives culturais e até com ensaios fotográficos online.

O fotógrafo Cícero Marra, que mora em Cordeiro, na Região Serrana do Rio, resolveu criar um projeto de fotografias na quarentena com o registro da mudança da rotina da cidade. As fotos, que podem ser encontradas no Instagram, neste link, mostram a desinfecção das ruas, além do uso obrigatório das máscaras de proteção individual.

“Esse projeto foi mais um sentimento que eu tive que expor. Formatei como 'projeto' por que eu sempre ando pela rua nos intervalos de um trabalho e outro com a câmera e como eu conheço muitas pessoas sempre tiro uma foto ou outra de conhecidos. Só que com o início do uso de máscaras, eu percebi a insegurança e o medo nas pessoas e isso me marcou muito, isso tinha que ser registrado”, explicou Cícero.

Com a suspensão de várias atividades, ele acabou tendo seu trabalho afetado. Mas com a falta dos eventos, a fotografia de rua acabou suprindo a prática. Com as idas a rua, por causa do trabalho, Cícero viu a mudança no modo de agir das pessoas.

“Principalmente na postura das pessoas conversando com outras. As pessoas, ao meu ver, estão falando umas com as outras com o corpo inclinado mais para trás, mais distantes, e quando estão andando sozinhas eu vejo um olhar meio vago, preocupado ou até cabisbaixo, mas claro que tem uma grande porcentagem das pessoas que parece não estar sabendo da pandemia”, destacou.

O projeto fotografia na quarentena não é para julgar ou denunciar os atos das pessoas, mas captar a emoção delas.

“Pensei muito sobre isso, mas decidi não julgar o que é certo ou errado, mas sim tentar capturar as emoções das pessoas que estão tendo que trabalhar durante a pandemia ou enfrenta-la de algum jeito. Acho que esse é o meu intuito tirando essas fotos”, finalizou Cícero.