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Estudo aponta atividade agrícola na Floresta Amazônica há mais de 4 mil anos

De acordo com pesquisa da Universidade de Exeter, antigos agricultores trabalharam em solo existente até os dias de hoje

Por Matheus Oliveira
24/07/18 - 15:57
Estudo aponta atividade agrícola na Floresta Amazônica há mais de 4 mil anos Estudo aponta atividade agrícola a mais de 4 mil anos | Foto: Divulgação (Universidade de Exeter)

De acordo com estudo realizado pela Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha, arqueólogos, ecologistas, botânicos e paleoecologistas, constataram que houve interferência humana na Floresta Amazônica há 4,5 mil anos. Tal comprovação derruba a tese de que a reserva era um santuário verde intocado pela mão humana. Os efeitos dessa movimentação e plantação seguem presentes na Floresta Amazônica.

"Os agricultores ancestrais da Amazônia souberam como enriquecer o solo com nutrientes, criando a chamada Amazon Dark Earth (ADE)", comenta a paleoecologista e arqueóloga Yoshi Maezumi, da Universidade de Exeter.

"Em vez de expandir a terra desmatada, para aumentar a agricultura, eles melhoraram o solo, em uma forma mais sustentável de produção", completou. Este tipo de solo é muito escuro e fértil, sendo uma área popularmente conhecida como terra-preta ou terra-preta-de-índio.

A pesquisa, publicada, no periódico Nature Plants concluiu que essa ação humana teve impacto duradouro, pois até hoje esse solo existe na Floresta Amazônica.

"O trabalho dos primeiros agricultores amazônicos deixou um legado duradouro. A forma como comunidades indígenas administraram a terra há milhares de anos ainda molda ecossistemas florestais modernos", comenta o arqueólogo e botânico José Iriarte, também da Universidade de Exeter.

Anteriormente, várias outras pesquisas tentaram explicar a origem desse solo, sendo levantada, inclusive, a hipótese, de que ela foi gerada de cinzas vulcânicas da Cordilheira dos Andes ou de lagos sedimentados em períodos antigos. O estudo dessa superfície mostrou uma mistura de matéria orgânica vegetal e animal, vegetais carbonizados e resquícios de cerâmica.

A pesquisa demonstrou que esses antigos agricultores possuíam técnicas de cultivo como queimadas organizadas e adicionavam ao solo esterco animal e restos de comida. De acordo com o que apontam os indícios da pesquisa, vistos em carvão, pólen e plantas, os humanos plantavam milho, batata-doce, abóbora e mandioca.

"Essas comunidades provavelmente removeram algumas árvores e ervas daninhas a fim de terem espaço para seus cultivos. Mas mantiveram uma floresta primária fechada, que se transformou ao ser enriquecida com plantas comestíveis", revelou Maezumi.


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