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Educação encara desafios em meio à pandemia e possui demandas diversas em Nova Friburgo

Presidente do Conselho Municipal de Educação, Ricardo Lengruber, fala sobre a atual situação da pasta no município

Por Matheus Oliveira
22/10/20 - 09:16
Educação encara desafios em meio à pandemia e possui demandas diversas em Nova Friburgo Setor busca valorização de professores e melhorias estruturais enquanto discute retorno das aulas presenciais | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

Uma das áreas que demandam mais recursos e de suma importância para a construção de uma sociedade melhor, a educação, especialmente em tempos de pandemia, exige uma série de desafios. Para saber as demandas do setor em Nova Friburgo na atualidade, o Portal Multiplix entrevistou o presidente do Conselho Municipal de Educação, Ricardo Lengruber.

Segundo o presidente do órgão, uma das principais demandas é a necessidade de atualização do plano municipal de educação que está para ser votado na Câmara de Vereadores.

Ricardo aponta que ainda que outras demandas essenciais podem ser resumidas em três pontos.

A primeira delas é a valorização dos professores que segundo ele possui médias de salários baixas.

“Os salários médios de professores e pessoal de apoio possuem médias muito baixas. Os rendimentos, em muitos casos, não chegam a mil reais por mês, sem alguns pequenos adicionais que existem no contracheque. O que revela que o município tem uma média salarial muito abaixo do Estado e do país, e, certamente repercute na qualidade da educação pública municipal”, aponta.

Ricardo indica a necessidade de melhorias nos prédios escolares utilizados pela rede municipal de ensino.

“O segundo aspecto a ser considerado é a qualidade dos prédios escolares e das suas infraestruturas. É preciso, tanto no caso das creches que são em torno de quarenta prédios quanto das escolas, que são em torno de noventa prédios, uma reformulação, manutenção, adequação de espaços, reformas, em algum caso, em alguns casos, construções totais também”, explica Ricardo.

O professor ainda aponta necessidades como:

  • A implantação e ampliação gradativa do horário integral e da educação integral
  • Inclusão de estudantes com características especiais
  • Projeto político pedagógico abrangente e plural que dê conta de todas as peculiaridades e diferenças da rede pública como tamanho das escolas, distâncias e localizações (zona rural ou urbana)

“Esta seria uma proposta política pedagógica discutida amplamente com o conselho, com o fórum de educação, pais de alunos com a sociedade e, sobretudo, é claro, com os profissionais de educação. Em resumo, questões de natureza salarial, questões de natureza infraestrutural e questões de natureza pedagógica”, declara.

O presidente do Conselho Municipal de Educação destaca que o poder público pode atender as demandas cobrando a aprovação do plano municipal de educação que está sob apreciação do Legislativo.

Ele aponta o incremento do orçamento público para valorizar o profissional de educação.

“Atualmente, o mínimo obrigatório constitucional é de vinte e cinco por cento das arrecadações próprias do município, da fonte zero, que é o Tesouro Municipal. Muitas cidades passaram a destinar cerca de 30% ou 35% do tesouro dedicados à educação. Além disso, é importante que haja monitoramento permanente das verbas que são repassadas pelo Governo Federal, verbas proveniente do salário educação, do FUNDEB para o município e alguns outros programas como Pinai e Pinatti que são programas que repassam recursos de origem estadual ou federal para os municípios”, afirma.

Além de todos esses desafios para melhorar a educação no município, a pandemia trouxe outras necessidades como a adaptação a ferramentas online e a adoção ou não da aprovação automática.

Ricardo aponta que a cidade adotou um sistema híbrido com o uso das ferramentas online e apostilas por conta da dificuldade de acesso que cerca de quarenta por cento dos usuários da rede pública municipal tem.

“A nossa estimativa é que em torno de 38% dos alunos da rede não tenham acesso permanente à internet que dê a eles condições de trabalhar online permanentemente. Então, por isso, o uso, por exemplo, de apostilas. Além disso, essas ferramentas, elas trabalham conjugadas com um projeto maior e calcado naturalmente em legislação de origem federal, pareceres do Conselho Nacional de Educação e do Conselho Estadual de Educação como também algumas medidas provisórias que garantem que os anos letivos de 2020 e 2021 podem funcionar em um contínuo pedagógico, de modo que os alunos que obtiverem frequência e participação não devem ficar retidos em 2020 e sim avançar para 2021”, ressalta.

“Assim, um conteúdo proposto para o primeiro ano pode ser compensado ao longo do segundo ano desse período. Não se trata por tanto de aprovação automática. Trata-se na verdade de uma estratégia diferenciada de avaliação dos estudantes”, complementa.

Sobre o retorno das aulas presenciais, Ricardo destaca que vem sendo discutido pelo Conselho de Educação junto à Secretaria de Educação, ao lado do Conselho de saúde sobre a necessidade da adoção de um protocolo de segurança sanitária antes da volta às aulas.

“A rede municipal de educação tem hoje, 17 mil estudantes e se agregar a esse número, os estudantes da rede estadual e também das escolas privadas do município e somando com professores, pessoal de apoio, presume-se de aproximadamente cinquenta mil pessoas envolvidas em todos esses processos, entre alunos e adultos profissionais. O que seguramente tem um impacto na transmissão da doença e coisas relacionadas à segurança sanitária, diz.

Ricardo conclui dizendo que o Conselho Municipal defende a adoção de investimentos para aquisição de equipamentos que permitam que todos possam ter acesso à tecnologia.

“Do ponto de vista dos investimentos é muito importante que fique consignado no orçamento municipal e, além disso, que o município faça a adesão a programas do Governo Federal para convênio que permitam a instalação de internet em zona rural, antenas, computadores equipamentos e softwares”, finaliza.


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