Supermercados e trabalhadores informais buscam soluções para vender na Páscoa
Veja as alternativas criadas e como está o número de pedidos para produtos como ovos de chocolate e bacalhau
09/04/20 - 17:44
Buscando diminuir prejuízos e retirar produtos das prateleiras em meio a pandemia do novo coronavírus, estabelecimentos comerciais e trabalhadores informais vêm se adaptando a uma nova rotina em meio a Páscoa. Para isso, vêm realizando descontos e tentando atrair clientes para evitar que estoques encalhem.
A confeiteira friburguense Dayane Maduro, que trabalha com ovos de colher, trufados, tradicionais e lembrancinhas, afirma que o movimento caiu devido à crise provocado pelo novo coronavírus.
“Tentamos trazer novidades como o ninho com oreo, além de reinventar sabores campeões de venda como o ninho com nutella. Entretanto, em outros anos, os pedidos começavam após o carnaval. E neste ano, até a semana passada, não havia venda alguma. E todos os confeiteiros estavam apreensivos, pois o investimento começa lá em dezembro, no Natal” declara.
Dayane vende ovos artesanais e viu pedidos crescerem próximo à Páscoa | Foto: Arquivo pessoal/ Dayane Maduro
Entretanto, em meio à preocupação, uma notícia boa: as vendas aumentarem e os pedidos chegaram nesta semana, especialmente os produtos infantis. Dayane lembrou que tem utilizado o serviço de entrega para atender aos clientes.
“As pessoas estão presenteando os outros para adoçar um pouco a vida das pessoas. E acabou que no final, está sendo uma Páscoa bem legal” declara Dayane, lembrando que vem tomando todos os cuidados de higiene como trabalhar de máscara e usando álcool em gel.
Nos supermercados, a situação não é diferente. No Bramil, em Nova Friburgo, o gerente Leandro Araújo informa que as compras de Páscoa foram realizadas em fevereiro, mas conseguiu cancelar dois grandes pedidos em razão do surto de covid-19.
“Além disso, mantivemos a arrumação das nossas lojas como antes e demos alguns descontos, alguns de até 50%, nos ovos de Páscoa. Mesmo assim, acredito que as vendas devem cair em cerca de 40%”, prevê Leandro.
Já no Cavalo Preto, o gerente Roney Brantes, destaca que comprou antes da Páscoa o produto, mas conseguiu diminuir os preços com os fornecedores em razão da crise.
“Mesmo com os descontos, a procura diminuiu. O brasileiro deixa tudo para a última hora e por isso, a procura tem sido baixa. A preferência tem sido por presentes como caixas da marca Ferrero Rocher", informa Roney.
Bacalhau
Outro produto bastante procurado na Semana Santa é o bacalhau, visto que é a tradição cristã não comer carne na Sexta-Feira Santa. Contudo, neste caso, no Cavalo Preto, o gerente ressalta que a procura aumentou.
O filé de bacalhau é vendido a R$38,00 por quilo. Já o bacalhau Morhua tem preços que podem chegar a R$96,00.
No Bramil, a procura também é intensa. Segundo Leandro Araújo, o preço do bacalhau comum está sendo vendido a R$ 33,00kg enquanto o codinho é vendido por R$76,00.