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Reabrir comércios e indústrias? Saiba o que defendem entidades patronais e de trabalhadores

Associações e sindicatos de Nova Friburgo se posicionam sobre o assunto diante das incertezas provocadas pela pandemia de covid-19

Por Bernardo Fonseca
03/04/20 - 12:25
Reabrir comércios e indústrias? Saiba o que defendem entidades patronais e de trabalhadores Comércios não essenciais estão proibidos de funcionar em Nova Friburgo desde o último dia 23 de março | Foto: Gee Santos

Primeiro, o susto: todos os comércios não essenciais e indústrias, salvo as alimentícias, deveriam fechar as portas em Nova Friburgo. A determinação veio por meio de decreto, assinado pelo prefeito Renato Bravo e publicado no Diário Oficial do município. Depois, veio a dúvida de como sobreviver financeiramente sem poder produzir ou vender normalmente, e a insegurança de patrões e empregados quanto ao futuro, tanto do ponto de vista da saúde quanto da economia.

O decreto que restringe o funcionamento de fábricas, lojas, centros comerciais e shoppings começou a valer oficialmente: no dia 23 de março, para o comércio, com validade até o dia 6 de abril; e no dia 26 de março, para a indústria, com validade até este dia 3 de abril.

Como justificativa, o Executivo municipal alegou que era preciso restringir o funcionamento de diversos setores para reduzir o contágio descontrolado do novo coronavírus no município, evitando, assim, a superlotação das unidades hospitalares.

Entretanto, a decisão é polêmica e divide opiniões até hoje. Especialistas e autoridades recomendam que governos e população sigam as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas, nesse meio tempo, uma enxurrada de ofícios, cartas, pedidos públicos, campanhas e até mesmo protestos, começaram a pedir a chamada “volta à normalidade”. A ideia de parte da sociedade é que diversos estabelecimentos possam funcionar com algumas restrições e medidas de higiene, a fim de evitar demissões em massa e um colapso maior da economia.

Na noite de quinta-feira, o prefeito Renato Bravo anunciou, durante transmissão ao vivo numa rede social, que prorrogaria a quarentena na cidade, mas sem dar mais detalhes.

Lojas fechadas no Centro de Nova Friburgo no primeiro dia útil de vigência do decreto da prefeituraLojas fechadas no Centro de Nova Friburgo no primeiro dia útil de vigência do decreto da prefeitura | Foto: Alisson Dutra

O Portal Multiplix procurou as principais entidades que representam empresas e trabalhadores de Nova Friburgo e pediu um posicionamento sobre o assunto. São elas, a representação regional da Firjan, a Acianf, a CDL/Sincomércio, e o Fórum Sindical e Popular, que reúne a maioria dos sindicatos de trabalhadores do município.

De todas as instituições procuradas, apenas a CDL/Sincomércio não enviou resposta.

O que defende a Firjan?

A representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) é a maior representatividade da indústria em Nova Friburgo e reúne fábricas de todos os segmentos, como as do vestuário e as do setor metalmecânico.

Em nota, a entidade diz que vai seguir cumprindo o decreto do prefeito que mantém as indústrias fechadas até esta sexta. Contudo, a Firjan considera positiva uma possível decisão favorável à reabertura das fábricas, desde que seguindo as normas sanitárias e sabendo que podem receber fiscalização a qualquer momento.

“As indústrias, quando abrirem, vão seguir a ordem de diminuir a quantidade de pessoas e de um afastamento também, que é necessário, de cerca de dois metros cada um, oferecendo álcool gel e outros itens de higiene”, diz trecho da nota da instituição.

No caso de prorrogação do decreto que proíbe o funcionamento das indústrias, a Firjan afirma que as empresas vão acatar a decisão. Entretanto, a entidade afirma que entende que a indústria é uma cadeia única de muitos setores, que se autocompleta, e que, portanto, o fechamento da grande maioria dos setores pode afetar os poucos que ainda têm permissão para funcionar.

O que defende a Acianf?

A Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf) reúne diversos segmentos e promove, coordena e orienta os interesses comuns das categorias associadas.

Em nota, a entidade diz que segue respeitando a quarentena decretada e as orientações do Ministério da Saúde, e dos governos estadual e municipal, “aguardando paciente e responsavelmente os novos desdobramentos”.

A instituição enviou ao prefeito Renato Bravo, no dia 27 de março, uma carta se colocando solidária às medidas adotadas e sugerindo um planejamento para quando a quarentena for extinta.

A entidade sugere medidas como a retomada gradual dos colaboradores à atividade, com o máximo de 50%, reduzindo o horário de atendimento aos clientes e excluindo funcionários de grupos de risco, conforme as recomendações dos governos federal, estadual e municipal.

Supermercado, considerado como serviço essencial, de Olaria limita entrada de pessoas e adota fila com distanciamento entre clientes para evitar propagação do novo coronavírusSupermercado, considerado como serviço essencial, de Olaria limita entrada de pessoas e adota fila com distanciamento entre clientes para evitar propagação do novo coronavírus | Foto: Alisson Dutra

Na nota, a Acianf destaca também que o isolamento é a medida mais importante no momento para evitar um surto da infecção sobrecarregando o sistema de saúde do município.

“Nossa responsabilidade, no momento, é auxiliar as autoridades para tentar diminuir esse surto, até mesmo porque já temos acompanhado medidas importantes partindo do governo federal, como financiamentos específicos para socorrer o empresariado e profissionais autônomos”, destaca Júlio Cordeiro, presidente da Acianf.

O que defende o Fórum Popular e Sindical?

O Fórum Popular e Sindical de Nova Friburgo reúne 11 sindicatos de trabalhadores do município, incluindo os dos setores do vestuário, da metalurgia, do setor têxtil, da construção civil e do comércio.

Em nota conjunta ao Portal Multiplix, a entidade afirma que a disseminação do novo coronavírus não está controlada e que a possibilidade de relaxamento das medidas de isolamento social a partir da segunda semana de abril não encontram respaldo nas evidências científicas

O Fórum reivindica a renovação desse prazo a fim de preservar a saúde dos trabalhadores. “Além das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), diversas sociedades médico-científicas reforçaram, em notas oficiais, a necessidade de continuidade do isolamento social, alertando que qualquer ORIENTAÇÃO CONTRÁRIA será considerada irresponsável e pode pôr em risco a vida de milhares de pessoas”, diz trecho da nota.

A entidade afirma que o sistema de saúde de Nova Friburgo não está preparado para receber em média e larga escala uma quantidade de pessoas que possam vir a necessitar de cuidados intensivos, caso seja facilitada a disseminação do vírus com a quebra do isolamento social.

“Diante deste cenário de incertezas, REPUDIAMOS completamente a atitude de setores da sociedade e da economia que defendem o retorno das atividades fabris e comerciais de seus funcionários ao trabalho”, afirma o Fórum Popular e Sindical.

Por fim, o coletivo afirma que o lucro não pode estar acima da vida e pede que as empresas respeitem o decreto, e cobra suporte do poder público para proteger e melhorar a vida da população, em especial dos trabalhadores.

“O município e as entidades devem auxiliar os/as trabalhadores/as, micro e pequenos empresários a acessar as medidas de apoio financeiro já aprovadas na esfera federal pelo Congresso”, finaliza a nota.

O que diz a prefeitura?

Questionada pelo Portal Multiplix sobre a possível prorrogação do decreto 518/2020 ou não, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que reuniões acontecem diariamente e que decretos estão sendo publicados, praticamente diariamente, e que qualquer novidade seria informada à imprensa.


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