Rio de Janeiro possui Programa Estadual de Transplantes
Doação pode ser feita por pessoas vivas e por quem já faleceu, desde que a família autorize
20/02/20 - 11:04
A doação de órgãos ainda é um assunto pouco comentado pelas pessoas. Por isso, muitas dúvidas acabam surgindo sobre quem pode doar algum órgão em vida e também quando morre. Existem várias maneiras de ser doador e, em alguns casos, é necessária a autorização da família.
O procedimento cirúrgico é para repor um órgão ou tecido de um individuo que está doente. Pode ser feito por pessoas vivas que podem doar parte do fígado e pulmão, um dos rins e até a medula óssea. Nesse caso, parentes de quarto grau e cônjuges podem ser os doadores. Quem não for parente, pode fazer a doação mediante autorização judicial.
No Estado do Rio de Janeiro, referência nacional na área, o Programa Estadual de Transplantes, recebeu, de janeiro a junho de 2018, últimos meses e ano registrados, 13 transplantes de córnea, 91 de medula óssea, 128 de fígado, 197 de rim e 462 de córnea.
A aposentada Rosangela Oliveira, teve ceratocone, uma doença não inflamatória que afeta a estrutura da córnea, e teve que fazer o transplante há quase 30 anos. Mas foram duas cirurgias, já que a primeira durou apenas seis meses.
“Os dois transplantes foram feitos em Niterói. Na época, doutor Ari, meu médico, era chefe do setor de oftalmologia do hospital. Fiz a primeira vez, mas tive uma rejeição com uma infecção. Depois de controlada, tive que esperar dois anos para fazer de novo e aí foi um sucesso”, destaca Rosangela.
Na época, meados de 1990, era ainda mais complicado os transplantes de órgãos, mais ainda os de córnea. Foi o próprio oftalmologista da Rosangela que conseguiu as duas cirurgias para ela.
“O primeiro recebi de um rapaz que teve um acidente e faleceu. O segundo foi também de um rapaz que sofreu um acidente de moto em Niterói e ficou no CTI por alguns dias e a família doou todos os órgãos. Mas não tive nenhum contato com as famílias”, disse.
Para a doação de órgãos de pessoas mortas, há algumas regras diferentes. Para morte cerebral e que não tenham sofrido parada cardiorrespiratória, os órgãos que podem ser doados são: coração, fígado, pulmões, intestinos, rins, pele, vasos, pâncreas, ossos, tendões e córneas.
Quem teve parada cardiorrespiratória, coração parou de bater, apenas tecidos como vasos, pele, córnea, ossos e tendões. Para isso, a morte encefálica, que é a perda das funções encefálicas, precisa ser confirmada.
O doador que teve morte encefálica, pode ajudar até dez pessoas com a doação dos órgãos. Mas para isso acontecer, é necessário deixar claro para a família o desejo de ser doador, pois no Brasil o transplante só pode ser realizado caso haja a autorização da família.
Programa Estadual de Transplantes
O Programa Estadual de Transplantes foi lançado em abril de 2010 com o objetivo de aumentar o número de doações de órgãos e tecidos no estado do Rio de Janeiro.
A estrutura física onde são executadas as ações relativas ao PET é a Central Estadual de Transplantes. O local fiscaliza e atua em todo o processo, além de receber as notificações de morte encefálica de toda a região.
A Central localiza-se na avenida Padre Leonel Franca, 248, 1º andar, na Gávea, na cidade do Rio de Janeiro. O Disque-Transplantes é o 155, número válido em todo o estado.